Zé Ibarra lança seu 2° disco, tão convincente quanto o 1°, e caminha para o time principal da MPB – CartaCapital

O segundo álbum solo de Zé Ibarra é diferente do primeiro, mas tão convincente quanto. No trabalho de estreia, Marquês, 256 (2023), lançado logo depois do sucesso com o grupo Bala Desejo, o cantor e compositor apostou em uma gravação bem intimista, ao violão ou ao piano.

Desta vez, em Afim (Coala Records), gravou com banda. Zé manteve a voz profunda – até mais madura –, com ótimas composições e arranjos à altura de seu talento.

A faixa de abertura, Infinito em Nós (Zé Ibarra), antecipa o que vem de bom pela frente. Sopros dão um tom elevado à canção, chamando para dançar. Depois, vem Segredo (Sophia Chablau), música pop oitentista, com arranjos jazzísticos.

Em Retrato de Maria Lúcia (Ítallo França), voz e violão e baixo ao fundo. Na sequência, Transe (Zé Ibarra), com um toque inicial bossanovista e variações de arranjos feitas pelo mestre Jaques Morelenbaum. É uma ótima canção.

O disco avança com Morena (Tom Veloso), de levada dançante, bebendo na fonte dos anos 1980. Em Da Menor Importância (Maria Beraldo), um som percussivo acompanha a voz de Zé. Hexagrama 28 (Sophia Chablau), a penúltima canção, tem uma letra bem costurada.

O disco termina com Essa Confusão (Zé Ibarra e Dora Morelenbaum) e seus arranjos elevados de Jaques Morelenbaum.

O disco tem muitas mãos, mas a banda-base é formada por Lucas Nunes (órgãos), Alberto Continentino (baixo), Daniel Conceição e Thomas Harres (bateria e percussão), Rodrigo Pacato (percussões adicionais), Chico Lira (teclado) e Guilherme Lírio (guitarra). A produção musical é do próprio Zé Ibarra, com coprodução de Lucas Nunes.

Afim entra na lista dos melhores álbuns do ano e conduz Zé Ibarra ao primeiro time da MPB.

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