O modelo tradicional de marketing baseado em funis com etapas fixas tem perdido espaço para caminhos mais dinâmicos. Com a ascensão de plataformas de mensagens, especialmente o WhatsApp, as decisões de compra passaram a ocorrer de forma não-linear, moldadas por interações instantâneas.
Segundo estudo da WARC em parceria com o Meta, 71% dos consumidores online dão preferência a empresas que oferecem atendimento por canais conversacionais. A mesma pesquisa aponta que experiências ruins podem gerar perdas de até US$ 3,1 trilhões por ano às marcas.
Conversas substituem etapas
Para Luiz Santos, fundador da Unnichat, plataforma de CRM com API oficial do WhatsApp, o consumidor atual não segue uma trajetória previsível de descoberta até a compra. Ele avança e recua com base em estímulos pontuais. “Hoje o cliente pula do interesse para a compra com duas ou três trocas no WhatsApp”, afirma.
O novo comportamento exige respostas rápidas e personalizadas. “Quanto mais fluida a conversa, mais curta é a jornada. O tempo real virou fator decisivo”, diz Luiz.
Do funil à rede de pontos de contato
Em vez de aplicar um modelo linear, as marcas precisam entender a jornada como uma rede de momentos conectados. Um clique em um anúncio, uma pergunta em um FAQ ou um carrinho abandonado podem acionar uma conversa.
“É preciso mapear esses gatilhos e entender que o cliente já vem com uma história. Não dá para responder de forma genérica”, explica Luiz. A automação correta é aquela que respeita o contexto e envia a mensagem certa no instante ideal.
WhatsApp no centro da decisão
O canal deixou de ser apenas um suporte e passou a ser o ponto de conversão principal. Uma dúvida respondida com agilidade pode fechar uma venda. Um histórico bem interpretado pode gerar um upsell.
Para Luiz, as equipes de marketing e vendas precisam adaptar a mentalidade. “Não é mais sobre funil. É sobre saber onde começa a conversa e como continuar a partir daí.”
Presença e contexto
Empresas que ainda operam com fluxos fixos correm o risco de perder relevância. Com jornadas imprevisíveis, a capacidade de reagir com velocidade, personalização e entendimento do contexto se torna o principal diferencial competitivo.
“Hoje se vive em redes de conversas, e quem souber participar delas ganha”, resume Luiz. A transformação não é uma tendência, mas uma mudança estrutural na forma como o consumidor decide.