A notícia de que foi incluído em um inquérito que apura tentativas de obstrução do processo sobre tentativa de golpe de Estado causou a ira do pastor Silas Malafaia, religioso considerado um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro (PL). Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira 14, ele repetiu as acusações recentes da extrema-direita ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, se disse vítima de perseguição e, por fim, prometeu que não vai parar com as ações que o tornaram alvo do inquérito.
“Eu vou botar para quebrar. Vocês não me calam. Não tenho medo de prisão e de investigação política e de pura perseguição”, bradou.
A investigação mira nomes como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A inclusão de Malafaia na lista foi noticiada com exclusividade pela Globonews, após informações passadas pela Polícia Federal (PF). A divulgação das informações para a emissora, aliás, foi um dos motivos da irritação do líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
“O que me deixa de boca aberta é que eu sei isso pela Globonews. Eu não recebo notificação nenhuma. Que país é esse onde a Polícia Federal ‘vaza’ uma acusação contra alguém para a Globo?”, questionou no vídeo. Malafaia disse que foi procurado antes da informação ir ao ar pela emissora, que ofereceu oportunidade de manifestação.
Aos berros, o pastor bolsonarista acusou, sem provas, que parte da Polícia Federal está “a serviço de Lula e Alexandre de Moraes”. Além disso, afirmou que o inquérito sobre a tentativa de golpe – aquele que ele supostamente tenta obstruir – seria “uma farsa”. “Deus abençoe você e sua família”, concluiu, aos berros.
O inquérito de obstrução
A PF investiga possíveis práticas de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e atentado à soberania. Em 3 de agosto, Malafaia organizou o protesto no qual Bolsonaro apareceu remotamente, por chamada de vídeo. Um dia depois, Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente, por descumprir medidas cautelares fixadas em julho.