A vice-presidenta da Venezuela, Delcy Rodríguez, negou nesta quinta-feira 13 ter negociado com os Estados Unidos uma suposta saída do presidente Nicolás Maduro do poder.
O jornal americano Miami Herald publicou que Delcy e seu irmão, Jorge Rodríguez, tentaram negociar com Washington a saída de Maduro em troca de permanecerem no poder. Segundo a reportagem, os dois alegavam não ter envolvimento com o narcotráfico.
Os Estados Unidos acusam Maduro de chefiar cartéis de drogas e, desde agosto, têm navios de guerra posicionados no Mar do Caribe para combater o tráfico. O governo venezuelano, por sua vez, denuncia o que chama de “ameaça” de Washington com o objetivo de “mudar o regime”.
“FAKE!! Outro veículo de comunicação que se junta ao lixão da guerra psicológica contra o povo venezuelano. Não têm ética nem moral e só promovem a mentira e a podridão”, escreveu Rodríguez no Telegram.
“A revolução bolivariana conta com uma alta liderança político-militar coesa e unida em torno da vontade do povo”, acrescentou a vice-presidente, que também publicou uma foto ao lado de Maduro com a legenda: “Juntos e unidos com o presidente Maduro.”
De acordo com o Miami Herald, Rodríguez apresentou duas propostas por meio de intermediários no Catar, país que já atuou como mediador entre os Estados Unidos e a Venezuela em negociações de troca de prisioneiros.
Segundo o jornal, Maduro teria supostamente aprovado essas negociações.
Desde o início da operação americana no Mar do Caribe, os Estados Unidos atacaram ao menos cinco pequenas embarcações, resultando em 27 mortes.
Na quarta-feira 15, o presidente americano, Donald Trump, anunciou ter autorizado operações da CIA na Venezuela, sem especificar a data dessa autorização, e disse que considerava realizar ataques em terra contra cartéis de drogas do país.
Maduro rejeitou essas declarações nesta quinta-feira.
“Alguém acredita que a CIA não atua na Venezuela há 60 anos? Alguém acredita que a CIA não conspira há 26 anos contra o comandante Chávez e contra mim?”, questionou o mandatário durante um ato oficial.