Diversos países aceleraram negociações comerciais com os Estados Unidos e conseguiram firmar acordos bilaterais para evitar as tarifas elevadas anunciadas pelo governo Trump, que devem entrar em vigor no dia 1º de agosto. A medida faz parte da nova estratégia norte-americana para reequilibrar sua balança comercial. Até o momento, o Brasil não chegou a um entendimento com Washington e pode enfrentar uma taxa de até 50% sobre suas exportações.

Neste domingo (27), os EUA fecharam um acordo com a União Europeia. Após reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente Donald Trump confirmou que as exportações do bloco europeu serão taxadas em 15%, abaixo dos 30% aplicados anteriormente. O acordo prevê que a UE compre US$ 750 bilhões em energia dos Estados Unidos e invista outros US$ 600 bilhões na economia americana.

Além do bloco europeu, outros países também já concluíram entendimentos com os EUA:

Japão: firmou um acordo no último dia 22, reduzindo a tarifa de 25% para 15% em troca de US$ 550 bilhões em investimentos e maior abertura do mercado japonês a produtos agrícolas e automotivos americanos. As tarifas sobre aço e alumínio, porém, foram mantidas em 25%.

Indonésia: anunciou um pacto com os EUA que elimina 99% das tarifas indonésias sobre produtos americanos. Em contrapartida, os EUA reduziram de 32% para 19% a tarifa sobre bens indonésios. A Indonésia também se comprometeu a comprar US$ 15 bilhões em produtos dos EUA.

Filipinas: fechou acordo que estabelece uma tarifa de 19% sobre produtos filipinos exportados aos EUA. Em troca, produtos americanos terão isenção total no mercado filipino. O acordo inclui ainda uma ampliação da cooperação militar entre os países.

Vietnã: teve a tarifa sobre seus produtos reduzida de 46% para 20%. Para mercadorias de terceiros países que passam pelo Vietnã, a alíquota será de 40%. O governo vietnamita também garantiu acesso irrestrito ao seu mercado e não aplicará tarifas sobre produtos dos EUA.

Reino Unido: foi o primeiro país a fechar acordo no segundo mandato de Trump. A tarifa base para produtos britânicos foi fixada em 10%, com isenção total para o setor aeroespacial dentro de cotas definidas. O Reino Unido reduziu sua tarifa média de 5,1% para cerca de 1,8% sobre produtos americanos.

China: após os EUA anunciarem tarifas mínimas de 145% sobre produtos chineses, os dois países firmaram uma trégua que deve ser prorrogada por mais 90 dias. Durante esse período, os EUA cobrarão uma tarifa-base de 30%, enquanto a China aplicará 10% sobre produtos americanos.

Países ainda em negociação

Outros países seguem em tratativas com os EUA. Segundo a Bloomberg, os Estados Unidos negociam com a Índia uma redução de tarifas para menos de 20%, em troca da diminuição de tributos indianos sobre produtos agrícolas norte-americanos.

A Coreia do Sul afirmou que apresentará um pacote comercial “mutuamente aceitável”, incluindo cooperação em construção naval e tentativa de reduzir a tarifa de 25% que enfrenta atualmente.

A Argentina, de acordo com o jornal Clarín, busca tarifa zero sobre 80% de seu comércio bilateral com os EUA, especialmente na área siderúrgica.

O ministro de Comércio da Malásia, Anwar Ibrahim, informou que negocia a redução das tarifas para menos de 20%.

Uma delegação de Taiwan está em Washington para discutir um possível acordo, enquanto o Bangladesh encomendou 25 aviões da Boeing como gesto diplomático, tentando evitar uma tarifa de 35%.

Brasil ainda sem acordo

O Brasil continua sem acordo com os Estados Unidos. Na última quinta-feira (24), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou ter conversado com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick. Segundo Alckmin, o Brasil propôs dobrar a relação bilateral nos próximos cinco anos.

Apesar da iniciativa, o país segue na lista de nações que podem enfrentar as tarifas mais altas — com alíquota prevista de até 50% a partir de 1º de agosto. O setor empresarial brasileiro pressiona por um adiamento para prolongar as negociações, mas neste domingo Trump declarou que não pretende abrir novas rodadas de negociação com outros países até o início do próximo mês, o que reduz as chances de uma reversão no curto prazo.

Após reunião com Ursula von der Leyen na Escócia, Donald Trump confirmou o acordo comercial entre EUA e UE. O pacto prevê tarifas de 15% sobre exportações europeias, compra de energia e investimentos bilionários. Para Trump, o resultado é “ótimo para os dois lados”

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