
Pricing (ou precificação) é o processo de definir o valor ideal de um produto ou serviço considerando custos, concorrência, demanda e percepção do consumidor. O conceito evoluiu com o uso de dados e inteligência artificial, que permitem antecipar movimentos do mercado, ajustar margens e ampliar resultados.
No Brasil, o consumo responde por mais de 60% do PIB e o varejo movimenta trilhões de reais por ano. Definir preços de forma eficiente tornou-se essencial para preservar lucros e reagir às variações de inflação, câmbio e comportamento do consumidor. Empresas que ainda utilizam métodos manuais de precificação perdem tempo e competitividade.
Um levantamento da PwC mostra que 60% dos líderes globais de Revenue Growth Management (RGM) apontam a ausência de ferramentas adequadas como um dos principais desafios de precificação. Outros 40% destacam a falta de agilidade operacional e de dados confiáveis para embasar decisões.
Gabriel Vasconcellos, SVP & GM Latam da o9 Solutions, explica que o desafio das companhias é equilibrar ganhos imediatos e consistência no longo prazo. “A inteligência artificial transforma dados em decisões rápidas, conectadas e sustentáveis. Ela otimiza margens e redefine a forma como o varejo e a indústria crescem em um ambiente de alta complexidade”, afirma.
A evolução do pricing inteligente
O Brasil ainda dá seus primeiros passos na adoção de tecnologias de pricing inteligente e RGM, mas exemplos internacionais mostram resultados concretos. A o9 Solutions desenvolveu a plataforma o9 Digital Brain™, que integra dados de vendas, estoques, promoções e cadeia de suprimentos, permitindo decisões mais precisas e rentáveis.
Na Europa, o grupo Kingfisher — que reúne as redes B&Q, Screwfix e Castorama — usa a solução para prever promoções e ajustar estoques sazonais, com impacto direto nas margens. “Quando se movimenta 3 bilhões de libras [21 bilhões de reais] em produtos por ano, pequenas melhorias em gestão de estoque e otimização de descontos geram grandes resultados”, afirma Ben Sutherland, Head de Produtos da Kingfisher.
Nos Estados Unidos, a rede Kroger, maior supermercado tradicional do país, aplica a o9 para conectar dados de vendas, planogramas e promoções. A automação com IA ajuda a evitar rupturas e proteger margens. “Podemos investir o que quisermos em marketing e preço, mas se o cliente chega à prateleira e não encontra o produto, perdemos a venda”, diz Caroline Keating, Category Manager da Kroger.
Integração entre indústria e varejo
A Danone utiliza a o9 para conectar áreas como marketing, trade, supply e sustentabilidade em tempo real, reduzindo desperdícios e aumentando a disponibilidade dos produtos. Já a Unilever usa a mesma tecnologia para ajustar campanhas com base em dados de consumo sem comprometer a identidade das marcas. “Criatividade primeiro. Força, escala e velocidade depois. À medida que a tecnologia avança, nada importa mais do que a conexão humana e o senso de comunidade”, afirma Isabel Massey, Global Head of Media da companhia.
O avanço no Brasil
Segundo Vasconcellos, o país reúne as condições ideais para acelerar o uso de pricing com IA. “O mercado brasileiro é dinâmico, sensível a preço e diverso. Isso aumenta a complexidade, mas também cria oportunidades para capturar valor com tecnologia”, explica.
Com presença no Brasil desde 2022, a o9 Solutions apoia empresas de setores como alimentos, bebidas, cosméticos, fertilizantes e redes de varejo. As companhias que adotam o modelo têm alcançado ganhos de rentabilidade, redução de estoques e decisões mais rápidas — resultados que indicam uma nova etapa de maturidade no uso de dados para precificação e planejamento.
