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Morreu aos 99 anos, nessa segunda-feira (9), o escritor curitibano Dalton Trevisan.

Considerado um dos maiores contistas do Brasil, Dalton Jérson Trevisan ficou famoso por seus livros de contos, especialmente o Vampiro de Curitiba, o qual rendeu ao advogado e escritor o apelido idêntico ao título da obra, sobretudo por conta da sua personalidade muito reservada.

Nascido na capital paranaense em 14 de junho de 1925, Dalton começou a carreira literária com a novela Sonata ao Luar, e ganhou destaque nacional com novelas nada exemplares.

A sua obra é conhecida por retratar o cotidiano de forma concisa e popular, explorando tramas psicológicos e costumes urbanos.

Com o seu estilo inconfundível, Dalton era avesso a conceder entrevistas desde os anos de 1970, e levava uma vida reclusa na sua cidade natal. Poucas pessoas tinham acesso a ele.

O lendário vampiro de Curitiba deixa um legado de rigor literário e de criatividade. Uma obra enraizada na capital paranaense, elevando as suas ruas e os seus bairros a verdadeiros personagens.

O autor foi premiado quatro vezes com o prêmio Jabuti. Ele também ganhou o troféu APCA, o prêmio Camões e o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras.

O escritor morreu em sua casa. A causa da morte não foi divulgada.

O governo do Paraná publicou uma nota na manhã desta terça-feira, na qual lamenta o falecimento do escritor.

O diretor da Biblioteca Pública do Paraná e membro da Academia Paranaense de Letras, Luiz Felipe Leprevost, comenta a genialidade do escritor.

“Ele foi – e é, ainda – o maior contista em língua portuguesa de todos os tempos. Em uma das raríssimas entrevistas que ele deu no começo da carreira, já famoso, ao ser perguntado o que ele recomendava aos escritores iniciantes, ele disse: eu recomendo que tenha um talento. Isso me marcou demais, e jamais deixou de ser uma lição, que a gente desenvolva o nosso talento e explore nosso talento, como ele fez”.

Segundo Leprevost, uma homenagem ao seu centenário já estava sendo preparada para 2025, quando ele completaria 100 anos. “Ele tinha mais de 50 títulos, e esses títulos serão reeditados a propósito do seu centenário. Ano que vem comemora-se o centenário do Dalton, acredito que com ainda maior empenho, vamos dizer assim, dada a sua partida”.

 


SECOM

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