
Onze pessoas foram condenadas à prisão perpétua, nesta sexta-feira 31, pelo incêndio ocorrido em janeiro em um hotel de montanha na Turquia, no qual morreram 78 pessoas, incluindo cerca de trinta crianças, informou o tribunal de Bolu (norte).
Entre os condenados estão o proprietário, o diretor e integrantes do conselho de administração do estabelecimento, cuja investigação revelou diversas deficiências nas normas de segurança, segundo meios de comunicação turcos presentes no julgamento.
Um auxiliar do prefeito de Bolu e o chefe dos bombeiros da cidade também receberam penas de prisão perpétua, pronunciadas sob aplausos do público.
Dezoito outros acusados, em sua maioria funcionários do hotel, foram condenados a penas entre 12 e 22 anos de prisão, enquanto dois cozinheiros do estabelecimento e um terceiro acusado foram absolvidos, segundo a agência de notícias privada DHA.
Bilsay Sarper Arslan, sobrinho de uma das vítimas, declarou à emissora Sözcü TV que se tratou de “um veredicto histórico que conforta o coração de todas as famílias”.
A investigação revelou que o alarme contra incêndios do Grand Kartal, um hotel de luxo na estação de esqui de Kartalkaya, não funcionou na noite do incidente e que algumas de suas instalações de gás não atendiam às normas.
“Tínhamos inspeções regulares”, defendeu-se durante o julgamento Halit Ergül, proprietário do Grand Kartal, responsabilizando o fornecedor de gás.
“Nem sequer permitia fogos de artifício em frente ao hotel durante casamentos para que os pássaros não morressem”, acrescentou diante dos juízes, segundo a DHA.
Sobreviventes e familiares das vítimas desfilaram perante o tribunal, muitas vezes chorando, e cada um relatou sua experiência no incêndio, que teve origem em um restaurante do hotel pouco antes das 3h30 da madrugada de 21 de janeiro.
Do lado de fora do ginásio de Bolu, adaptado para acolher o julgamento, os familiares mostraram fotografias de seus entes queridos após a leitura do veredicto, segundo a televisão turca.
Famílias inteiras, que estavam de férias escolares, morreram no hotel, cuja fachada escurecida ocupou as primeiras páginas da imprensa mundial. Além disso, 137 pessoas ficaram feridas.

 
                    