O número de trabalhadores que atuam por meio de aplicativos disparou 25,4% até 2024, na comparação com o mesmo período de 2022 no Brasil. Nesse intervalo de dois anos, o total de pessoas empregadas por meio desta tecnologia passou de 1,3 milhão para quase 1,7 milhão, um aumento de aproximadamente 335 mil trabalhadores.
Os dados fazem parte do módulo sobre trabalho em plataformas digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Participação no total de ocupados também cresceu
Além do aumento absoluto, houve crescimento na participação desses trabalhadores no total de ocupados — pessoas com 14 anos ou mais que exercem alguma atividade remunerada.
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Em 2022, os profissionais que atuavam por meio de aplicativos representavam 1,5% dos 85,6 milhões de ocupados, proporção que chegou a 1,9% dos 88,5 milhões em 2024.
Flexibilidade e renda explicam expansão do setor
De acordo com o analista responsável pela pesquisa, Gustavo Fontes, o avanço do trabalho por aplicativo pode estar relacionado tanto à possibilidade de maior renda quanto à flexibilidade oferecida por essa modalidade.
“A possibilidade de a pessoa escolher os dias, a jornada e o local de trabalho também pode ser um fator determinante”, afirmou Fontes.
Renda maior e mais horas
As pessoas que trabalhavam com ajuda de aplicativo em 2024 tiveram rendimento médio mensal de R$ 2.996. O valor é 4,2% superior à renda de outros trabalhadores (R$ 2.875). Essa diferença, no entanto, já foi maior. Em 2022, o rendimento dos trabalhadores por plataformas superava o dos demais ocupados em 9,4%, segundo a agência Brasil.
A constatação faz parte de um módulo sobre trabalhadores por aplicativos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se por um lado o rendimento desses trabalhadores estava acima da média, por outro, os dados mostram que eles trabalhavam mais horas.
O levantamento aponta que os trabalhadores com ocupação por meio dos populares apps – chamados pelo IBGE de plataformizados – apresentaram jornada de 44,8 horas semanais; enquanto os não plataformizados, 39,3 horas, em 2024.
Dessa forma, o IBGE constatou que a despeito de terem renda maior, esses trabalhadores recebiam R$ 15,4 por hora. O valor é 8,3% inferior aos não plataformizados (R$ 16,8/hora).
Ou seja, quem atua por meio de aplicativos precisa trabalhar mais para superar os não plataformizados.