A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de “herói” por “enfrentar resistência do próprio partido” sobre a questão fiscal.
De acordo com a ministra, ela tem se posicionado, muitas vezes, dentro da equipe econômica como uma “‘voz dissidente” ao dizer que não existe “almoço grátis” e ao se negar a recriar fórmulas passadas que não deram certo.
“A equipe econômica tem consciência. O ministro Haddad é um verdadeiro herói nesse sentido, de enfrentar uma resistência do próprio partido. E nós vamos conseguir entregar o Orçamento, uma vez aprovado, cumprindo as regras fiscais”, disse Tebet durante entrevista concedida à Globonews, nesta quarta-feira (12).
Na ocasião, a ministra também explicou como o fato de o Congresso ainda não ter aprovado o Orçamento não afeta o trabalho do seu Ministério.
“Olhando pelo lado fiscal, o Orçamento não me faz falta neste momento. Eu preciso do Orçamento por segurança jurídica, porque a Constituição determina, porque nós precisamos realizar políticas públicas e entregar as obras, enfim, fazer a máquina andar e a economia também”, disse a ministra.
“Mas, trabalhar com 18 avos (1/18) nos primeiros três meses não é um mau negócio a fim de estrutura fiscal, de responsabilidade fiscal e de meta. Nós temos que cumprir a meta zero e nós vamos cumprir a meta zero. Vamos fazer isso com toda responsabilidade. Estamos colocando para dentro do Orçamento aquilo que ficou para fora, seja porque o Tribunal de Contas assim o determinou, e é o certo, seja porque o próprio governo reconheceu, no Auxílio Gás ao Pé-de-Meia, passando por todas as políticas públicas, para garantir essa segurança de que nós vamos cumprir meta da forma correta”, completou.
Tebet elogiou fidelidade de Gleisi a Lula
Na mesma entrevista, Tebet ainda comentou sobre a escolha da ex-presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
Mesmo tendo afirmado que não irá se intrometer nas questões econômicas do governo, Gleisi ainda inspira desconfiança pelo histórico recente, já que a petista se destacou nos últimos dois anos por comprar briga com opositores e aliados, incluindo o ministro Fernando Haddad.
Tebet minimizou a beligerância da nova colega de Planalto, elogiou a fidelidade de Gleisi ao presidente Lula e disse que a nova ministra saberá “vestir a camisa de acordo com o cargo”.
“Ela exercia o papel de presidente de um partido, que era um partido que tinha uma posição ideológica e econômica muito clara. Ela não podia fazer outra coisa enquanto presidente do partido”, afirmou Tebet sobre a conduta passada de Gleisi.
“Agora ela é uma ministra palaciana, fidelíssima ao presidente Lula, ela tem uma fidelidade que ninguém discute ao presidente Lula e sabe que o projeto de país que está em andamento na parte econômica é o projeto do governo”, continuou.