Tarcísio descarta demitir Derrite após crítica de mãe de jovem morto pela PM – Política – CartaCapital

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) rejeitou nesta segunda-feira 13 a possibilidade de demitir o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ou promover mudanças no comando da pasta. A manifestação ocorre após as críticas de Silvia Mónica Cárdenas Prado, mãe de um jovem morto em novembro pela Polícia Militar na capital paulista.

Tarcísio afirmou que, por enquanto, não pretende realizar alterações, mas alegou se “sensibilizar” com a dor dos pais de Marco Aurélio Acosta, de 22 anos.

“Entendo as manifestações que eles têm emitido, são perfeitamente compreensíveis e no lugar deles eu estaria procedendo da mesma forma”, declarou o bolsonarista, em coletiva de imprensa em Guarulhos. “Existe um desejo de ver justiça, eu acho que essa justiça tem que acontecer e vai acontecer, porque os responsáveis irão a julgamento. É perfeitamente compreensível e, obviamente, isso provoca reflexão.”

O governador afirmou que sua gestão não tolerará casos de abuso e que haverá punição severa aos que cometerem excessos.

Na semana passada, Silvia Cárdenas Prado disse esperar pelo menos um pedido de desculpas de Tarcísio pela morte de seu filho. Marco Aurélio foi baleado por um PM após dar um tapa no retrovisor de uma viatura na Vila Mariana, zona sul da capital.

“Quero justiça, quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas”, afirmou Silvia, emocionada, em uma coletiva de imprensa. “A polícia mata, tapa como gato e continua sua vida, e quem chora são a mãe e o pai. Mas meu filho não será apenas um número.”

Um mês após o caso, o pai do jovem, Júlio Navarro, enviou uma carta ao presidente Lula (PT) na qual criticou o governo de Tarcísio e a lentidão para punir os responsáveis pela morte de seu filho. No documento, o médico ainda chamou Derrite de “palhaço tirado dos tempos da Inquisição”.

A denúncia do Ministério Público acusa os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado de homicídio qualificado por motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima. O órgão sustenta que eles agiram de forma desproporcional e abusiva.

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