
Condenado a 24 anos e 6 meses de prisão por envolvimento na trama golpista de 2022, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi detido nesta sexta-feira 26, no aeroporto de Assunção, no Paraguai, quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador.
A detenção foi confirmada pela Polícia Federal (PF). Segundo as informações preliminares, Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica que usava quando estava em Santa Catarina e fugiu do Brasil de carro rumo ao país vizinho.
Horas depois, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a conversão das medidas cautelares impostas a Silvinei em prisão preventiva. A justiça paraguaia, agora, deve decidir sobre a extradição do ex-diretor da PRF ao Brasil.
Na decisão, Moraes destacou que a PF fez buscas na residência de Silvinei e apontou a possibilidade de fuga, já que ele não estava no local e que saiu dirigindo um carro alugado.
Ainda de acordo com o documento assinado por Moraes, o ex-diretor da PRF “carregou o veículo alugado com o seu animal de estimação e materiais para transporte de cachorro, incluindo ração e ‘muitos sacos de tapete higiênico para cães’”.
CartaCapital tenta contato com a defesa de Silvinei Vasques em busca de posicionamento.
Em entrevista à CNN Brasil, um dos advogados de Silvinei, Eduardo Nostrani, disse que foi surpreendido com a tentativa de fuga e afirmou, ainda, que vai buscar a redução de pena do ex-diretor da PRF.
Natural de Ivaiporã, no interior do Paraná, ele ingressou na PRF em 1995 e fez parte da corporação por 27 anos. Em dezembro de 2022, recebeu aposentadoria voluntária integral.
Foi preso em 9 de agosto de 2023, acusado de tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 para beneficiar o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deixou a prisão em agosto de 2024, sob a condição de usar tornozeleira eletrônica.
Ele teria organizado blitze nas rodovias federais, de modo a prejudicar o deslocamento de eleitores, principalmente nas regiões de maior apoio ao PT, como o Nordeste. A operação que prendeu Silvinei foi batizada pela PF de Constituição Cidadã, em referência ao texto promulgado em 1988, que garantiu o direito universal ao voto.
Texto em atualização.
