Durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026 nesta terça-feira (1º.jul), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), fez duras críticas ao atual patamar da taxa Selic, fixada em 15% desde 18 de junho. Ele afirmou não entender os fundamentos que justificam esse nível de juros, classificando o cenário como um obstáculo ao financiamento da produção agrícola.
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“Com todo o respeito ao [Gabriel] Galípolo [presidente do Banco Central] e à equipe do BC, mas eu não consigo compreender. Nós temos gastos públicos completamente controlados, lucros públicos controlados, crescimento da economia, renda da população crescendo, desemprego caindo. Ainda assim, foi uma jornada muito difícil para a gente conseguir ter este Plano Safra”, afirmou.
Segundo Fávaro, o governo precisou “absorver” o impacto da Selic elevada para evitar a transferência integral desse custo às linhas de crédito rural. As taxas para produtores variam entre 8,5% e 13,5% ao ano — superiores às do ciclo anterior, quando a Selic estava em 10,5%.
O ministro elogiou o papel do Ministério da Fazenda na articulação dos recursos e no esforço para manter os juros do crédito rural dentro de uma faixa acessível, mesmo com um “orçamento cada vez mais restrito”.
Também presente no evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), exaltou a atuação conjunta dos ministérios do governo no avanço do agronegócio. Ele destacou nomes como Marina Silva (Meio Ambiente), Geraldo Alckmin (Indústria), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Rui Costa (Casa Civil) como peças-chave para o desenvolvimento do setor durante a safra 2024/2025.
“O campo é indústria e, sem o trabalho do vice-presidente, Geraldo Alckmin, não se desenvolveria. Sem o trabalho da ministra Marina Silva, não reduziria o desmatamento. […] Se não fosse o trabalho do Rui Costa junto aos ministérios de infraestrutura no Brasil para escoamento da produção, haveria um colapso”, declarou.