70% dos acessos ao varejo online são feitos por celulares – Do Micro Ao Macro – CartaCapital

O comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 204,3 bilhões em 2024, com crescimento de 10,5% sobre o ano anterior. O número de compradores online também avançou e chegou a 91,3 milhões, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Mesmo com o cenário positivo, muitos negócios digitais não conseguem bons resultados. De acordo com Hygor Roque, diretor de Marcas e Parceria da Uappi, erros estratégicos ainda comprometem o desempenho de grande parte das lojas virtuais.

E-commerce não pode ser canal secundário

Segundo Roque, um dos equívocos mais comuns é tratar o e-commerce como um canal paralelo.

Empresas que adotam esse modelo cometem falhas recorrentes, como ausência de investimento em tráfego, pouca atenção à experiência do usuário e falta de posicionamento claro da marca.

Para ele, o comércio eletrônico deve ser planejado como um negócio principal, com metas, estrutura e acompanhamento profissional.

Escolha da tecnologia afeta operação

Outro erro recorrente é a adoção de plataformas limitadas.

Na tentativa de economizar, muitas empresas escolhem ferramentas mais baratas que exigem diversas integrações para funcionar plenamente.

Essa decisão acaba aumentando o custo real da operação ao longo do tempo e reduzindo a eficiência da loja.

Falta de construção de audiência prejudica sustentabilidade

Muitas marcas concentram seus esforços em mídia paga e ignoram a criação de uma base própria de audiência.

Essa dependência reduz a previsibilidade das vendas e fragiliza o negócio.

Para Roque, o e-commerce exige estrutura de aquisição de clientes, planejamento de jornada e uma experiência de compra eficiente.

Custos ocultos reduzem conversão

A taxa média de abandono de carrinho no e-commerce é de 69,57%, segundo a Baymard Institute.

O principal motivo é a presença de custos extras inesperados, como frete elevado ou taxas adicionais.

Para evitar esse problema, o ideal é exibir o valor total da compra já na página do produto ou disponibilizar simuladores de frete antes do checkout.

Checkout deve ser simples e direto

Exigir que o consumidor crie uma conta para concluir a compra afasta potenciais clientes.

Oferecer a opção de finalizar o pedido como convidado pode melhorar a conversão.

Roque recomenda também a redução de campos obrigatórios no formulário, além da oferta de múltiplas formas de pagamento.

Informações mal estruturadas sobre produtos impactam decisões

Em ambiente digital, o consumidor não pode tocar no produto ou fazer perguntas diretas a um vendedor.

Por isso, é essencial que o site apresente imagens de qualidade, vídeos quando possível e descrições completas.

As informações devem esclarecer dúvidas comuns e destacar diferenciais técnicos. Quanto mais claro for o conteúdo, maior a chance de conversão.

Nem toda empresa está pronta para o e-commerce

Antes de lançar uma operação digital, é preciso avaliar a real demanda pelos produtos da marca no ambiente online.

Também é necessário verificar se a empresa tem estrutura para atender clientes em tempo real, gerir estoques e realizar entregas com eficiência.

A margem de lucro deve ser reavaliada considerando os investimentos exigidos. Mesmo com esses cuidados, erros de execução podem comprometer a rentabilidade do negócio.

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