Reter talentos vira prioridade na disputa acirrada por profissionais de tecnologia – CartaCapital

A escassez de especialistas continua a redesenhar o mercado e coloca a retenção de talentos de tecnologia como eixo estratégico das empresas brasileiras. Levantamento da ManpowerGroup Brasil mostra que 81% das organizações enfrentam dificuldade para contratar profissionais qualificados, enquanto os setores de TI e dados chegam a 84%. Esse descompasso ampliou a disputa por competências em inteligência artificial, cibersegurança, desenvolvimento de software e análise de dados.

Em entrevista, Cleusa Zolin, gerente de Gente e Gestão da Idea Maker, afirma que o foco excessivo em recrutamento deixou de responder ao problema. Segundo ela, o desafio mais sensível está em manter profissionais em um mercado marcado por alta competição.

Guerra por talentos de tecnologia

Zolin explica que, por muitos anos, a disputa por especialistas foi tratada como questão de contratação. A resposta vinha em pacotes de remuneração mais altos, bônus ampliados e benefícios diferenciados. Ela afirma que essa lógica perdeu força, já que não garante permanência nem engajamento.

Segundo a executiva, profissionais de tecnologia observam ambiente de trabalho, autonomia e clareza de impacto. Eles buscam desafios reais, oportunidades de desenvolvimento e coerência entre discurso e prática. Para ela, employer branding deixou de ser ação publicitária e passou a exigir alinhamento entre o que a empresa diz e o que entrega no cotidiano.

O peso da flexibilidade

A especialista cita levantamento da Robert Half indicando que 86% dos profissionais priorizam vagas que ofereçam liberdade de horário e local de trabalho. Ela afirma que flexibilidade se consolidou como critério relevante para quem atua com tecnologia e passou a influenciar diretamente decisões de permanência.

Cultura, propósito e permanência

Outro ponto que Zolin destaca é o propósito, reforçado por dados da PwC: 75% dos profissionais brasileiros consideram esse fator decisivo para aceitar ou continuar em um emprego. Segundo ela, o propósito precisa ser percebido nas relações de trabalho e não pode se limitar à comunicação institucional.

Zolin avalia que retenção envolve sentimento de pertencimento. Para ela, manter times depende da construção de ambientes em que profissionais se sintam reconhecidos, estimulados e conectados ao que produzem.

A executiva afirma que, diante da falta de talentos de tecnologia, empresas que fortalecem cultura interna e oferecem condições reais de permanência conseguem vantagem em um mercado cada vez mais competitivo.

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