Renda de bilro de Saubara recebe Indicação Geográfica e entra para lista de patrimônios protegidos – CartaCapital

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à renda de bilro de Saubara, no Recôncavo Baiano, o registro de Indicação Geográfica (IG) do tipo Indicação de Procedência (IP). A técnica, transmitida por gerações desde a colonização portuguesa, é feita manualmente, do desenho à finalização, com fios entrelaçados sobre almofadas cilíndricas recheadas de folhas de bananeira e revestidas com pano de chitão, usando bilros de madeira paparaúba e guias em papel grosso.

Com o reconhecimento, o Brasil passa a ter 140 IGs registradas, sendo 109 IPs e 31 Denominações de Origem (DOs). O Sebrae foi parceiro estratégico no processo, atuando na capacitação das rendeiras e na estruturação da governança para expansão sustentável dos negócios.

Impacto para artesãs e comunidade

Para Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, o registro abre novas oportunidades para as rendeiras, ampliando visibilidade e potencial de negócios no Brasil e no exterior. Além da preservação cultural, o reconhecimento também representa desenvolvimento econômico e inclusão social para a comunidade.

A renda de bilro de Saubara é também um atrativo turístico. A tradição, levada para países como Itália, Portugal e Espanha pelas Irmãs Carmelitas, já alcançou mais de 20 mercados internacionais, fortalecendo o prestígio das artesãs e atraindo visitantes interessados no processo artesanal.

O que é Indicação Geográfica

As Indicações Geográficas valorizam produtos tradicionais vinculados a territórios específicos, agregando valor e protegendo a região produtora. Elas definem padrões de qualidade, autenticidade e tipicidade, garantindo notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada e preservando o patrimônio histórico-cultural associado à produção.

Repost

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *