
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou neste domingo 16 o jantar entre o deputado Guilherme Derrite (PL-SP), relator do PL Antifacção, Arthur Lira (PP-AL) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PRD). Segundo o ex-presidente do Senado, combater o crime é “não enfraquecer a PF” e “não jantar com eles”.
“Combater o crime é: Não enfraquecer a PF; não proteger o patrimônio deles; não tomar aulas; e não jantar com eles”, disse Renan em suas redes sociais. O jantar entre Lira, Derrite e Cunha foi revelado pelo jornalista Guilherme Amado, do PlatôBR, e aconteceu em meio às negociações em relação ao PL Antifacção.
Derrite, que saiu da Secretaria de Segurança de São Paulo para relatar o texto, apresentou na semana passada a quarta versão do projeto. No novo texto, Derrite acolheu a solicitação do Palácio do Planalto sobre o financiamento de atividades da Polícia Federal.
Em sua versão anterior, o parecer direcionava os valores apreendidos de facções e milícias para fundos estaduais e distritais de segurança pública, excluindo a PF da divisão. O Ministério da Justiça avaliava que essa mudança poderia causar uma “descapitalização” da corporação.
Governistas, no entanto, continuam a criticar o trabalho de Derrite. Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirmou após a apresentação do quarto parecer que o relator “insiste em inventar categorias sem fundamento jurídico”, em referência à categoria de “organização ultraviolenta”.
Apesar da falta de consenso, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fixou para a próxima terça-feira 18 a análise do projeto de lei Antifacção.
