IA fortalece a liderança feminina no mercado de tecnologia – Do Micro Ao Macro – CartaCapital

A velocidade das transformações digitais, sociais e econômicas tem pressionado empresas a reverem seus modelos de gestão. Estruturas rígidas, herdadas do século passado, têm perdido espaço para formas organizacionais mais fluídas, colaborativas e adaptáveis. Nesse contexto, o redesign estratégico — ou redesign organizacional — deixa de ser uma intervenção pontual e passa a ser um processo contínuo e essencial à competitividade.

Segundo Ana Paula Vitelli, managing director da consultoria BMI, o redesenho organizacional é uma resposta direta ao descompasso entre a ambição estratégica de uma empresa e sua potência organizacional. “Cultura, capacidades, processos e estrutura precisam caminhar na mesma direção. Quando isso não ocorre, o negócio perde eficiência e competitividade”, afirma.

A especialista destaca cinco sinais que indicam a necessidade de revisão na arquitetura organizacional.

1. Estratégia e estrutura estão desalinhadas

Quando a operação trava a execução da estratégia, a estrutura deixa de ser suporte e passa a ser obstáculo. Empresas que definem novos objetivos, mas não ajustam suas formas de organização e tomada de decisão, enfrentam dificuldades para alcançar resultados. “É preciso que a estrutura habilite, e não bloqueie, a estratégia definida”, destaca Ana Paula.

2. A competitividade diminuiu

Perda de agilidade diante de mudanças no mercado, ofertas pouco atrativas ou dificuldade em acompanhar os concorrentes são alertas. O mercado é dinâmico, e a empresa precisa adaptar sua forma de operar para manter relevância. “A falta de reação pode indicar que a estrutura atual já não responde às exigências externas”, reforça a diretora.

3. Há pouco engajamento e baixa inovação

Ambientes engessados, com comunicação ineficaz e pouca autonomia, tendem a gerar desmotivação e estagnação criativa. A maneira como as equipes são montadas, como as decisões são tomadas e como o conhecimento circula influencia diretamente a inovação. “É necessário criar condições para que o time se sinta pertencente e livre para propor soluções”, explica Ana Paula.

4. Processos estão lentos e ineficientes

Retrabalho, burocracia e falhas recorrentes são sinais de que os processos não estão conectados aos objetivos da organização. A estrutura pode estar mal desenhada, consumindo tempo e recursos com tarefas que não agregam valor. “O redesenho permite simplificar fluxos, eliminar etapas desnecessárias e aumentar a agilidade operacional”, afirma a especialista, lembrando que, segundo o estudo Design Mastery (2020), o CHRO deve assumir papel ativo como arquiteto e articulador dessa mudança.

5. Dificuldade para atrair e reter talentos

Desafios na contratação e na retenção de profissionais qualificados também indicam desalinhamento estrutural. Empresas com papéis mal definidos, pouca autonomia e escasso plano de desenvolvimento afastam talentos. “Um design organizacional claro, moderno e coerente com os valores do negócio fortalece o vínculo com quem está dentro e atrai quem está fora”, conclui Ana Paula.

No cenário atual, redesenhar a organização é menos uma opção e mais uma necessidade para quem deseja sustentar o crescimento. E isso exige liderança estratégica, escuta ativa e disposição para mudar.

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