O presidente Lula (PT) e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversaram por telefone na manhã desta segunda-feira 27. Estiveram na pauta a contribuição de Brasil e China para encerrar a guerra na Ucrânia e um convite para o petista viajar a Moscou em maio.
O telefonema ocorreu cinco dias após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alegar que o Brasil não exerce mais um papel relevante na mediação do conflito deflagrado pela Rússia.
No ano passado, China e Brasil declararam “apoiar uma conferência internacional de paz, a ser realizada em um momento apropriado, reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com participação igual de todas as partes relevantes, bem como uma discussão justa de todos os planos de paz”.
Os dois países apelaram a todos os atores relevantes que observassem três princípios para a desescalada da guerra: a não expansão do campo de batalha, a não escalada dos combates e a não inflamação da situação por qualquer parte.
Segundo o Palácio do Planalto, Lula expressou a Putin sua preocupação com o cenaário internacional e reforçou o compromisso do Brasil com a promoção da paz. O líder russo, por sua vez, agradeceu ao Brasil pela contribuição para solucionar o conflito na Ucrânia e “demonstrou interesse” nos trabalhos do Grupo de Amigos da Paz, lançado por Brasil e China em setembro do ano passado, na ONU.
Os dois concordaram em manter um “permanente contato” sobre o tema, de acordo com o governo brasileiro.
Putin também declarou apoio à presidência brasileira do BRICS e cumprimentou o Brasil pelo lançamento, no fim de 2024, da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A proposta busca acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, um tema prioritário nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O chefe do Kremlin ainda convidou Lula a viajar a Moscou para a cerimônia de 80 anos da vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial, marcada para 9 de maio. Lula indicou a intenção comparecer, informou o Planalto.