
Líder do PT na Câmara, o deputado federal Lindbergh Farias (RJ) pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira 24, que abra uma investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por sugerir que os Estados Unidos realizem ataques militares no Rio de Janeiro para supostamente combater o narcotráfico.
Nas redes sociais, Flávio comentou na quinta-feira 23 um vídeo que retrata a ofensiva militar norte-americana contra uma suposta embarcação de traficantes de drogas.
“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, recomendou o senador em mensagem endereçada ao secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.
Horas depois, diante da repercussão negativa, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que sua declaração havia sido distorcida.
Na representação enviada ao STF, Lindbergh argumentou que a afirmação do senador “provoca uma potência estrangeira a intervir militarmente em águas sob jurisdição brasileira, representando uma afronta direta à soberania e à integridade territorial do Brasil, princípios fundamentais da Constituição”.
O documento foi apresentado no inquérito que mira a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do jornalista Paulo Figueiredo na articulação por sanções do governo norte-americano contra o Brasil. A análise caberá ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
“É inadmissível que um senador, cujo mandato tem como essência a defesa dos interesses permanentes do Estado brasileiro, advogue publicamente em favor da submissão da soberania nacional ao poder bélico de outro país, o que se mostra frontalmente incompatível com o juramento constitucional e com os princípios da lealdade e da independência nacionais”, escreveu o líder petista.
