Profissionais do futuro desenvolvem habilidades que ampliam o poder da IA – CartaCapital

Os profissionais do futuro não serão definidos pela capacidade de programar ou dominar ferramentas tecnológicas, mas pela forma como pensam. A avaliação é do estrategista de negócios Denis Caldeira, que defende que a inteligência artificial já se tornou uma commodity no mundo corporativo. Para ele, o diferencial está na habilidade de pensar com clareza, estruturar ideias e fazer as perguntas certas.

“IA ruim não existe. O que existe é pergunta malfeita. As máquinas fazem. Você precisa pensar”, afirma Caldeira. Ele observa que a curiosidade inteligente, sustentada pelo pensamento crítico e pela capacidade de separar fatos de opiniões, será o verdadeiro diferencial competitivo. “Duas pessoas usando o mesmo modelo de IA podem ter resultados completamente diferentes. Isso acontece porque cada uma estrutura o pensamento de forma distinta. É essa clareza que a IA amplifica — ou confunde”, explica.

O estrategista afirma que a diferença entre usuários comuns e líderes exponenciais está na forma como aplicam a tecnologia. Enquanto alguns apenas testam ferramentas, outros resolvem problemas reais e geram impacto.

Cinco habilidades que definem os profissionais do futuro

Denis Caldeira lista cinco competências que moldam os profissionais exponenciais — e que não aparecem em currículos de LinkedIn.

Clareza mental – Pensar antes de pedir. “Quem não sabe o que quer, aceita qualquer resposta. Clareza é eliminar ruídos e ir direto ao ponto.” Ele exemplifica: em vez de solicitar “me ajuda com uma apresentação”, é melhor especificar “preciso de uma apresentação para CEOs sobre IA, com duração de uma hora, uma provocação inicial e uma chamada à ação no final.”

Síntese – Dizer muito com pouco. Não se trata apenas de resumir, mas de entregar o essencial com precisão. Caldeira destaca que executivos perdem interesse diante do excesso de informação — e o mesmo vale para a IA: quanto mais direto o pedido, melhor o resultado.

Raciocínio estruturado – Transformar o caos em direção. “Delegar a uma IA é como delegar a um estagiário brilhante: se o pedido for confuso, o erro será eficiente.” Estruturar o raciocínio em objetivos e etapas claras reduz falhas e melhora o desempenho da IA.

Contexto – Sem ele, tudo vira achismo. A inteligência artificial trabalha com padrões, mas o profissional lida com realidades. “O contexto certo — mercado, cliente, histórico — transforma respostas genéricas em soluções acionáveis”, explica o estrategista.

Criatividade estratégica – Fazer a pergunta que ninguém fez. Caldeira defende que não basta “pensar fora da caixa”, é preciso entender a caixa e reinventá-la. Ele provoca: “Se minha operação fosse liderada por IA, o que sobraria para os humanos fazerem melhor?”

Perguntar bem é o novo diferencial

Para Denis Caldeira, quem faz as perguntas certas antecipa o futuro. Ele afirma que o verdadeiro diferencial dos profissionais do futuro está em usar a IA com inteligência, clareza e propósito. “Pensar com estrutura e intenção é mais raro do que parece — e mais valioso do que nunca”, conclui.

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