Prévia da inflação acelera em julho, aponta IBGE – CartaCapital

O aumento nas tarifas de energia elétrica fez a prévia da inflação de julho ganhar força no País. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira 25 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 — considerado um termômetro da inflação oficial — subiu 0,33% no mês, após ter registrado alta de 0,26% em junho.

No acumulado de 2024, a prévia da inflação já alcança 3,40%. Em 12 meses, o avanço chega a 5,30%, levemente acima dos 5,27% observados até o mês anterior.

A principal pressão veio do grupo Habitação, cujos preços subiram 0,98%. O maior vilão foi a energia elétrica, com alta média de 3,01%. A elevação tem três origens principais: a manutenção da bandeira vermelha patamar 1, que impõe cobrança adicional de 4,46 reais a cada 100 kWh consumidos; reajustes tarifários em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba; e aumentos nas contas de água e esgoto em Brasília e na capital paranaense.

O grupo Alimentação e Bebidas, por outro lado, voltou a cair, ajudando a aliviar a pressão no bolso das famílias. Houve recuo de 0,06% em julho, após queda de 0,02% no mês anterior. Os alimentos para consumo em casa puxaram essa desaceleração, com destaque para a batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%). Em contrapartida, o tomate subiu 6,39%, revertendo a queda registrada em junho.

Já as refeições fora de casa ficaram mais caras. A inflação nesse segmento acelerou de 0,55% para 0,84%, impulsionada pelos lanches, que subiram 1,46%, e pelas refeições, com alta de 0,65%.

Outro destaque do mês foi o grupo Transportes, que avançou 0,60%. As passagens aéreas, tradicionalmente mais caras em julho por causa das férias, subiram 19%. Aplicativos de transporte também pressionaram, com aumento expressivo de 14,55%. Em sentido contrário, os combustíveis apresentaram queda média de 0,57%, com recuos na gasolina (-0,50%), etanol (-0,83%), diesel (-1,09%) e gás veicular (-1,21%).

O resultado de julho é acompanhado de perto por economistas e pelo mercado financeiro, que já projetam seus impactos sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado se reúne nos dias 29 e 30 de julho para definir a nova taxa básica de juros (Selic), atualmente balizada em 15% ao ano.

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