Povo Tupinambá discute apresentação do manto no Museu Nacional

Música: “Nós somos Tupinambá, que não nega a nossa nação, nós somos geniosos, mas temos um bom coração”.

Na voz da cacique Jamopoty, líder dos Tupinambá, de Olivença, na Bahia, esse é um dos cânticos que serão entoados na cerimônia, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em que o povo indígena vai se encontrar com o manto Tupinambá, no dia 29 de agosto.

O manto, que ficou mais de 300 anos na Dinamarca, chegou ao Museu no início de julho, mas só vai ser apresentado ao povo indígena após quase um mês.

Esta primeira cerimônia de “reza ao manto” será fechada para lideranças espirituais e pajés, que terão todo o dia para as atividades de acolhimento, proteção e bênçãos ao manto sagrado dos tupinambás.

Mas, entre os dias 29 e 31 de agosto, os indígenas farão rituais em frente ao Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

No dia 31 de agosto, a apresentação do manto ao público vai ocorrer às 10h.

Toda a programação será discutida nesta segunda-feira, em um encontro, na aldeia Tupinambá, entre as lideranças indígenas e representantes do Museu Nacional e do Ministério dos Povos Indígenas.

Ansiosa pelo encontro com o manto, a cacique Jamopoty disse que o seu povo vai aproveitar esse momento para cobrar do governo a assinatura da portaria declaratória de demarcação da terra Tupinambá.

“A gente tem que mostrar ao mundo que precisamos que a nossa terra seja demarcada. O Tupinambá foi o primeiro povo de contato e sofreu tudo que era ruim. O governo brasileiro precisa demarcar esse território. Aqui não tem marco temporal, não tem mais nada”.

Segundo a cacique, a terra já foi delimitada e tem o levantamento fundiário. Agora só falta a portaria declaratória.

Nós procuramos o Ministério da Justiça para saber sobre o andamento do processo, mas ainda não obtivemos resposta.

Para Jamopoty, o retorno do manto Tupinambá traz a força para os povos indígenas e ela acredita que esta força vai ajudar na demarcação oficial de sua terra.

Música: “Nós somos jovens guerreiros e por nossa terra vamos lutar, espalhar nossa semente, nossa aldeia germinar”.

SECOM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *