A Procuradoria-Geral da República denunciou, nesta terça-feira, o coronel da reserva José Placídio Matias dos Santos por incitação ao golpe de estado ao Supremo Tribunal Federal. O militar foi assessor no Gabinete de Segurança Institucional durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O documento, enviado ao STF em caráter sigiloso, aponta que Placídio fez publicações nas redes sociais – entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 – nas quais defende uma ruptura institucional e ameaça o ministro Flávio Dino, à época chefe do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Na exata data do 8 de Janeiro, o coronel cobrou uma insubordinação das Forças Armadas ao presidente Lula (PT) e chegou a afirmar que militares participaram da intentona golpista. Algumas das postagens foram apagadas depois que elas viralizaram.
Mensagens publicadas pelo coronel José Placídio Matias dos Santos, que atuou no GSI — Foto: Reprodução
Placídio chegou a ser alvo de um inquérito na Justiça Militar pelas postagens. O procedimento concluiu que ele cometeu os crimes de incitação à desobediência e à prática de crime militar. O juiz do caso, contudo, enviou o inquérito ao Supremo por entender que havia indícios de incitação ao crime.
Caso a denúncia seja aceita, o coronel se torna réu e passa a responder pelo delito. O militar atuou no GSI entre fevereiro de 2019 e março de 2022. Ele esteve lotado como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI e era subordinado ao general Augusto Heleno.