A Polícia Federal pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira 3, a prorrogação do prazo para concluir o inquérito que apura a trama do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Moraes ainda não se manifestou sobre a solicitação.
A tramitação do inquérito é complexa desde o início. No começo de junho, por exemplo, a PF informou ao ministro que Eduardo ignorou as primeiras tentativas de notificá-lo.
Na ocasião, a corporação afirmou ter enviado e-mails e buscado contato por WhatsApp e por telefone (para o gabinete do deputado em Brasília), sem sucesso.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a possível prática de três crimes ao pedir a abertura do inquérito ao STF: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Enquanto vive nos Estados Unidos, o filho ’03’ de Jair Bolsonaro (PL) pressiona o governo de Donald Trump a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, principalmente Moraes.
A PGR ainda não atribui esses crimes a Eduardo. Ao fim da investigação da PF, Gonet poderá denunciar o bolsonarista por essas ou outras práticas, mas também poderá solicitar o arquivamento, caso entenda que não há elementos suficientes para acusá-lo.
Gonet avalia inicialmente que as ações de Eduardo se intensificam à medida que avança o processo contra o pai pela trama golpista de 2022. O PGR destaca ainda a “real possibilidade de imposição de sanções” contra Moraes: “O sr. Eduardo Bolsonaro, ele próprio, as considera ‘pena de morte financeira’”.