A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal não ter localizado mensagens trocadas entre o delegado Rivaldo Barbosa e a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. O delegado é acusado de envolvimento na morte da parlamentar carioca, e a defesa pediu que as conversas fossem localizadas no celular dele, como forma de mostrar que os dois tinham uma boa relação, como ele alega.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou na última segunda-feira 10 que a PF deveria encaminhar as mensagens localizadas, atendendo a pedido da defesa de Barbosa. Também foram solicitados os diálogos entre o delegado e outras pessoas, como o general Richard Nunes (ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro) e outros oficiais da Polícia Civil que atuaram no caso.
A defesa de Rivaldo, porém, afirma que analisou o material encaminhado pela PF e, em análise superficial, verificou que foram enviados dados coletados a partir de 13 de outubro de 2018, quando Marielle já estava morta (ela foi assassinada em 14 de março daquele ano).
“As informações que foram remetidas ao STF são bem posteriores ao homicídio. O recorte das transcrições das conversas é de outubro de 2018 pra frente, quando Marielle já estava morta. É óbvio que não encontrariam registro de conversas com ela”, disse a CartaCapital o advogado Marcelo Ferreira, que integra a equipe de defesa do delegado. Os advogados vão voltar a acionar o STF.
Rivaldo Barbosa foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e foi indicado pelo ex-policial Ronnie Lessa (que assumiu a autoria do crime e fez acordo de delação premiada) como um dos mentores do assassinato de Marielle, ao lado dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Os três estão presos desde março de 2024.