O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitou à Polícia Federal os arquivos de conversas do aplicativo WhatsApp que o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, manteve com a vereadora Marielle Franco. As conversas se referem ao período imediatamente anterior ao assassinato de Marielle, em maio de 2018.
Na decisão, que foi tomada nesta segunda-feira 10, Moraes determinou que o processo que investiga os mandantes da morte da vereadora – e do motorista Anderson Gomes – também deve apresentar as conversas de Barbosa com o general Richard Nunes, que foi secretário de Segurança durante a intervenção no Rio de Janeiro, em 2018, além das mensagens trocadas entre Barbosa e os delegados Giniton Lages, Daniel Rossa e Brenno Carnevale.
A decisão do ministro atendeu a um pedido da defesa do delegado, que está preso sob suspeita de ser o mentor do assassinato de Marielle. Os advogados argumentam que as mensagens mostrariam que Barbosa não teve contato com pessoas ligadas ao crime e que mantinha uma boa relação com a vereadora.
O ex-chefe de Polícia, delegado Rivaldo Barbosa.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Apesar do aval, Moraes rejeitou um pedido da defesa a respeito do acesso ao inquérito que investiga o monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ficou conhecido com ‘Abin Paralela’. Moraes também negou o pedido de realização de um novo exame clínico para avaliar eventuais “transtornos psiquiátricos” de Ronnie Lessa, que é o assassino confesso de Marielle.
Barbosa não é o único apontado como suposto mandante do crime contra a vereadora e o motorista. Além dele, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão também são suspeitos. Os três estão presos desde março de 2024.