Os planos de Barroso após sua aposentadoria do STF – CartaCapital

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta quinta-feira 9 após anunciar a sua aposentadoria da Corte que deve se dedicar à vida acadêmica. De acordo com Barroso, ele deve finalizar o trabalho no Supremo até a próxima sexta-feira 17, “mas possivelmente antes”, destacou.

“Meus planos são acadêmicos, eu aceitei o convite para estar na Max Planck, na Alemanha; em janeiro vou dar um curso na Sorbonne, ano que vem é que vou começar a pensar a minha vida”, comentou a jornalistas. O ministro não quis alimentar especulações e disse que sua saída foi motivada por algo que ele “sentiu no coração”. “Achei que precisava fazer, para abrir espaço para pessoas que venham com outras ideias”, comentou.

Barroso afastou a possibilidade de voltar a advogar, disse ainda que não tem pretensão de atuar em embaixadas ou cargos ministeriais. “Eu quero servir o Brasil como um intelectual público, alguém que olha o País e pensa, sem cargos, sem deveres”, explicou. O ministro afirmou que encontrou o presidente Lula (PT) no último sábado 4 e indicou que deixaria o STF.

“Eu disse que precisava falar algo importante e ele já intuiu sobre o que era”, contou o ministro. Apesar disso, não conversaram diretamente sobre o anúncio da aposentadoria.

Barroso disse que é “filosoficamente” mais favorável à presença de mais mulheres nesses espaços e lembrou de medida de paridade de gênero em tribunais de 2º grau que aplicou durante sua presidência no Conselho Nacional de Justiça.

Com a sua saída, Lula poderá indicar um novo nome para a cadeira de Barroso no Supremo. Atualmente, são 10 homens e uma mulher. O presidente tem sido cobrado pela sociedade civil sobre a indicação de mulheres e pessoas negras em cargos para os tribunais superiores.

Apesar do tom de despedida, o ministro ressaltou que não está abandonando o País. “Sou uma pessoa apaixonada pelo Brasil”, disse. Rumores sobre sua saída especularam que ele gostaria de ir para os Estados Unidos. No entanto, ele afirmou que ficará entre o Rio de Janeiro e Brasília. Na capital carioca, o ministro dá aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Barroso também destacou que não gostaria de sair do Supremo antes do fim do julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que tem como um dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não gostaria de sair no meio de um momento confuso e eu achei que agora o momento que o País está institucionalmente é muito bom, achei que sairia sem maior abalo”.

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