O presidente Lula (PT), em nova agenda em Tóquio, no Japão, deu duros recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados da extrema-direita global. Apesar de não citar nominalmente o norte-americano, o brasileiro fez fortes críticas ao modelo de governança adotado pelo republicano no seu retorno à Casa Branca.
“Nós temos que brigar muito pela democracia. A democracia corre risco no planeta com eleição de uma extrema-direita negacionista que não reconhece sequer vacina, não reconhece sequer a instabilidade climática e não reconhece sequer partidos políticos, sindicatos e outras coisas”, iniciou. “E a negação da política não trará nenhum benefício para a humanidade. Inclusive, os negacionistas não querem sequer atender o cumprimento do Protocolo de Kyoto”, prosseguiu Lula nesta quarta-feira 26.
Mais adiante, Lula então mirou na nova política comercial dos EUA, com imposição de tarifas e o acirramento da guerra comercial contra países como China, México e Canadá. As medidas, vale lembrar, afetam também o Brasil e o Japão, palco das declarações de Lula nesta quarta-feira.
“Nós precisamos defender muito bem e com muita força a questão do livre-comércio. Nós não podemos voltar a defender o protecionismo. Nós não queremos uma segunda Guerra Fria”, afirmou. “O que nós queremos é comércio livre para que a gente possa definitivamente fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza”, destacou em seguida.
Lula prosseguiu os recados a Trump e seus aliados destacando, ainda, a importância da manutenção do multilateralismo e do bom relacionamento entre países. O norte-americano, convém registrar, tem travado uma cruzada para esvaziar fóruns e agências de governança global, em especial aqueles ligados à ONU.
“É muito importante a relação entre os países. É muito importante a relação política. É muito importante a relação entre universidades. É muito importante a troca de experiências científica e tecnológica. É muito importante a relação entre os sindicatos. É muito importante a relação entre os partidos políticos. E, sobretudo, é muito importante a relação entre os povos”, mencionou Lula. “Nós não queremos mais muros. Nós não queremos mais Guerra Fria. Nós não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Nós queremos ser livres e prisioneiros da liberdade”, finalizou, então, o presidente brasileiro.