Oito fatos sobre os hábitos de consumo no Brasil e o impacto da digitalização – Do Micro Ao Macro – CartaCapital

A digitalização tem mudado a maneira como os consumidores fazem compras e interagem com empresas. Desde a escolha dos produtos até os meios de pagamento, as inovações tecnológicas impactam diretamente o setor.

Segundo a 6ª edição do estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro”, realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 48% das empresas aumentaram seus investimentos em tecnologia no último ano. Dessas, 46% destinaram mais de 0,45% do faturamento bruto para essa modernização.

Já o Índice de Transformação Digital Brasil (ITDBr), produzido pela PwC Brasil e pela Fundação Dom Cabral, aponta que 41% das empresas consideram a digitalização essencial para seus negócios. No entanto, 45,1% ainda adotam uma abordagem mais conservadora, realizando investimentos limitados.

Para Kenneth Corrêa, especialista em dados e professor de MBA da FGV, a digitalização não é mais um diferencial, mas uma necessidade. “Os consumidores esperam experiências fluidas e integradas entre canais. Empresas que não investirem nessa evolução correm o risco de perder relevância no mercado”, explica.

O que mudou na forma de consumir?

Antes, o processo de compra se limitava às lojas físicas, com pesquisas demoradas e comparações de preços. Agora, os consumidores podem fazer tudo isso de forma instantânea por meio de dispositivos móveis.

Além disso, a personalização se tornou um fator decisivo. Segundo a Outgrow, 90% dos consumidores preferem marcas que oferecem experiências personalizadas. Outros 40% são mais propensos a comprar produtos recomendados com base em seus hábitos de navegação.

A digitalização dos pagamentos também trouxe mudanças. Conforme o Banco Central, o PIX já é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, sendo adotado por 76,4% da população.

As estratégias de fidelização também evoluíram. Programas tradicionais de pontos deram espaço para cashback, atendimento personalizado e comunicação direta, criando um relacionamento mais próximo entre marcas e consumidores.

A seguir, especialistas explicam oito fatos sobre como a digitalização impactou os hábitos de consumo no Brasil.

1) Pesquisa de mercado é essencial para entender o consumidor

Danielle Almeida, CMO da MindMiners, destaca que a análise de dados é fundamental para personalizar experiências e fidelizar clientes. “As empresas precisam transformar essas informações em ações concretas para aprimorar suas estratégias”, comenta.

2) O e-commerce cresceu e continua evoluindo

Segundo Thiago Muniz, CEO da Receita Previsível, o comércio eletrônico segue em expansão. “O primeiro grande marketplace surgiu em 1999, e hoje o setor movimenta trilhões de dólares globalmente”, afirma.

O The Global Payments Report estima que o mercado online crescerá 55,3% até 2025, movimentando cerca de US$ 8 trilhões.

3) Personalização baseada em dados melhora a experiência do cliente

Lucas Monteiro, Martech Leader da Keyrus, explica que big data e inteligência artificial estão moldando o consumo. “Com dados precisos, é possível prever a rotatividade de clientes e oferecer produtos personalizados”, afirma.

4) Pagamentos digitais dominam o mercado

Murilo Rabusky, diretor de negócios da Lina Open X, aponta que o Open Finance e o PIX por aproximação são as grandes inovações para 2025. “A possibilidade de pagar com um toque ou reconhecimento facial aumenta a comodidade e cria novas oportunidades para os varejistas”, explica.

5) Influenciadores digitais impactam diretamente as compras

Pedro Paulo Alves, cofundador da Boomer, destaca que redes sociais moldam tendências de consumo. “Empresas estão se tornando criadoras de conteúdo para se aproximarem do público”, diz.

6) Modelos de assinatura garantem receita recorrente

Eduardo Augusto, CEO da IDK, lembra que serviços como Netflix e Amazon Prime transformaram o conceito de fidelização. “A recorrência gera um fluxo de receita mais previsível e fortalece a relação com o cliente”, afirma.

7) A economia circular ganha força

Raimundo Onetto, cofundador da Kwara, destaca o aumento do consumo sustentável. “Brechós online, leilões digitais e aluguel de produtos incentivam o reaproveitamento e reduzem desperdícios”, comenta.

8) O metaverso pode revolucionar o consumo

Kenneth Corrêa aposta na integração do metaverso com o varejo. “Ambientes virtuais já são usados para treinamentos e engajamento. A tendência é que evoluam para experiências de compra mais imersivas”, explica.

O futuro do consumo

A digitalização seguirá moldando os hábitos de consumo nos próximos anos. Tecnologias como inteligência artificial, machine learning e realidade aumentada tornarão a experiência mais personalizada e eficiente.

Pagamentos digitais continuarão evoluindo, enquanto práticas sustentáveis ganharão ainda mais espaço. Segundo Antonio Muniz, CEO Advisor e presidente da Editora Brasport, “a inovação será determinante para empresas que desejam crescer em um mercado cada vez mais dinâmico”.

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