O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse não ser possível concordar com a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
Fora do Brasil desde março, o parlamentar articula com integrantes do governo de Donald Trump uma série de retaliações ao Brasil pelo que considera “perseguição política” ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o chefe da Câmara, “ninguém pode concordar” com esse tipo de ação. “Cada parlamentar tem sua autonomia e sua liberdade para agir de acordo com o que acha ser importante”, destacou Motta em entrevista à revista Veja nesta segunda-feira 11. “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do País, trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do País.”
Questionado sobre uma possível perda do mandato em razão das faltas, Motta prometeu “tratamento igualitário” quando a situação do deputado entrar em debate. “[Ele] poderia até estar defendendo politicamente algo em que acredita, defendendo a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nunca atentando contra o País. Porque, quando isso acontece, eu penso que nem os seus eleitores, nem os seus apoiadores concordam.”
Na semana passada, o presidente da Câmara reforçou que não há previsão legal para Eduardo exercer seu mandato a distância. Estão sobre a mesa de Motta diversas representações contra o bolsonarista por atentado à soberania nacional.