O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar em Brasília. O pedido acontece dias depois de o parlamentar mineiro ser alvo de críticas diretas do também deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-capitão.
O pedido foi protocolado na segunda-feira 11, e se soma a outros feitos por políticos de extrema-direita desde a decisão sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro, Nikolas afirma que deseja visitar Bolsonaro entre terça e quarta-feira (12 e 13).
Os advogados do deputado pediram que Moraes detalhe todas as condições para a visita, caso o pedido seja aceito, para que não haja “quaisquer dúvidas e ou imprecisões” sobre o encontro. Vale lembrar que Nikolas foi citado na decisão do ministro do Supremo que determinou a prisão, depois de fazer chamada de vídeo com Bolsonaro, que na época estava impedido de usar as redes sociais.
Racha na direita
O parlamentar, conforme mencionado, tenta visitar o ex-capitão em meio a um distanciamento entre ele o clã-Bolsonaro. Recentemente, Nikolas foi alvo de críticas públicas feitas por Eduardo justamente por não estar ‘engajado’ na defesa pública do ex-presidente.
Segundo Eduardo, Nikolas se mostrou ‘pouco ativo’ no apoio ao tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros, tido pelo clã como um resultado da articulação bolsonarista nos EUA.
No último dia 28 de julho, Eduardo voltou a disparar contra o mineiro depois de interações com uma influenciadora que se apresenta como “ex-bolsonarista”, dizendo ser “triste ver a que ponto o Nikolas chegou”.
A disputa entre os dois, segundo o próprio Eduardo, está em uma espécie de geladeira. O deputado disse que vai evitar novos comentários sobre o colega de partido para “não dar pano para manga”. Ele alega ter conversado com Nikolas, por telefone, após as críticas, mas evitou dizer se o racha interno foi solucionado.
QG da oposição
A visita de Nikolas a Bolsonaro, se autorizada, deve fazer parte da estratégia montada pelo ex-capitão para seguir dando as cartas na oposição mesmo preso domiciliarmente. A ideia é receber figurões da direita e, principalmente, do PL para traçar estratégias de atuação do grupo em Brasília, conforme mostrou CartaCapital no último sábado. Dentro deste plano, Valdemar Costa Neto, Rogério Marinho e Marcos Pontes são outros nomes da sigla que podem aparecer na lista de visitantes de Bolsonaro nos próximos dias.