O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta sexta-feira 26 o pedido de Silas Malafaia para ter acesso integral ao inquérito na Corte sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Moraes lembrou que, apesar do pedido do pastor, os autos já são públicos.
O líder religioso é alvo de uma apuração contra a suposta coação de autoridades brasileiras para interferir no julgamento de Jair Bolsonaro na trama golpista. O inquérito que Malafaia é alvo é um desdobramento da ação que mira a atuação de Eduardo nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
No fim do mês passado, a pedido de Moraes, a Polícia Federal apreendeu o passaporte do pastor. Na representação, a PF apresentou trocas de mensagens entre Malafaia e Jair Bolsonaro após o anúncio de imposição pelos Estados Unidos de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Essas mensagens, segundo a PF, demonstrariam a articulação de uma campanha para vincular o fim das sanções à concessão de anistia a pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em um dos textos, Malafaia afirmou que “a próxima retaliação vai ser contra ministros do STF e suas famílias. Vão dobrar a aposta apoiando o ditador? DUVIDO!’’
Em áudios e textos, o pastor orienta Bolsonaro a condicionar a suspensão das tarifas à anistia, sugerindo ainda a gravação de vídeos para “viralizar” a narrativa. Em um trecho, ele diz que “tem que pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa.”
A Procuradoria-Geral da República afirmou que Malafaia atuou como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e obstrução promovidas por Jair e Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de interferir no andamento da ação do golpe.