Moradores de Nazaré realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (21) em protesto contra uma declaração feita por uma funcionária da prefeita Eunice Barreto Peixoto. O episódio gerou grande repercussão após uma matéria postada no site Alô Juca para o quadro “Me Chame na Sua Cidade”.
A reportagem foi desencadeada por pedidos da população que desejava informações sobre a situação das escolas e o uso dos recursos destinados à educação. O Ministério Público está apurando acusações de manipulação nos números de matrículas e alunos, que poderiam ter inflacionado os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e de programas federais.
Durante a gravação da reportagem, a fala de uma funcionária, de prenome Amanda, que se referiu ao autismo como um “problema” e sugeriu que o pai de uma criança autista deveria ser grato pelos serviços públicos, foi amplamente criticada.
Durante o protesto, a mãe da criança citada demonstrou sua indignação em relação à atitude da funcionária e afirmou que não depende da prefeitura para cuidar do filho, custeando o deslocamento para o atendimento dele em uma cidade vizinha: “Por mês, são 400 reais de transporte… Duas vezes na semana, a gente pega a estrada para oferecer o básico àquilo que meu filho necessita para o desenvolvimento dele.” Veja vídeo com a fala completa:
A declaração gerou também uma moção de repúdio publicada nas redes sociais pelo grupo de apoio a pessoas atípicas de Nazaré, destacando que o serviço público não é uma forma de caridade, mas sim um direito garantido por recursos federais. O grupo de apoio a pessoas atípicas de Nazaré expressou indignação, chamando a postura da funcionária de capacitista e criticando o tratamento dado ao pai da criança: “Serviço público é para garantir direitos, e para isso a gestão municipal recebe financiamento federal, tanto da saúde quanto da educação. Nesse sentido, viemos, por meio desta nota, repudiar a fala preconceituosa e capacitista da funcionária, assim como repudiar a postura agressiva com a qual o pai foi tratado.” Veja a nota completa: