A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta quinta-feira 4 que seu governo considera impor tarifas a países com os quais os mexicanos não têm um tratado comercial, entre eles a China.
A proposta ocorre em meio às pressões comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou taxar todas as exportações do México e impôs tarifas alfandegárias que afetam as indústrias automotiva e siderúrgica de seu vizinho.
“Estamos considerando aplicar (…) alguns impostos tarifários aos países com os quais não temos tratado comercial. Entre eles também se encontra a China, porém não é o único”, declarou a mandatária durante sua habitual coletiva de imprensa matutina.
Na quarta-feira, ao concluir uma investigação antidumping, a Secretaria de Economia do México estabeleceu quotas compensatórias às importações de calçados originários da China que entrem abaixo de 22,58 dólares por par — cerca de 123,24 reais.
Essa medida se soma à eliminação de um regime temporário que permitia a importação livre de impostos de calçados acabados e às tarifas estabelecidas em dezembro sobre uma série de insumos têxteis.
No início deste ano, Sheinbaum lançou uma estratégia para substituir importações, principalmente aquelas provenientes da Ásia, chamada Plano México.
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump tem ameaçado taxar as exportações do Canadá e do México, seus parceiros no Tratado Comercial da América do Norte (T-MEC), como medida para que ambos os países intensifiquem seus esforços para controlar o tráfico de drogas e a imigração irregular através de suas fronteiras com os Estados Unidos.
Sheinbaum conseguiu desativar as tarifas gerais de 30% ao mobilizar 10 mil militares na fronteira norte e multiplicar as apreensões de drogas.
Na quarta-feira, ambos os governos formalizaram um protocolo que amplia a cooperação contra o narcotráfico e o contrabando de armas, durante uma visita ao México do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio.