O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste domingo 21 para os Estados Unidos, onde fará o discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre entre os dias 22 e 24 em Nova York.
A comitiva contará com a participação do ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, da ministra do Meio Ambiente Marina Silva e especialistas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, inicialmente faria parte da comitiva — mas declinou o convite após o governo americano limitar sua circulação no país, restrição que classificou como inaceitável.
Esta é a primeira vez que o presidente brasileiro visita o país norte-americano desde que Donald Trump anunciou as tarifas de 50% para a entrada de produtos brasileiros nos EUA na tentativa de pressionar o Brasil a anular o julgamento ou anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro dos 27 anos e 3 meses sentenciados pelo Supremo Tribunal Federal.
Lula será o primeiro líder de estado a discursar na ONU, seguindo a tradição do Brasil abrir as discussões gerais após os discursos do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia, Annalena Baerbock.
Ainda não há uma divulgação oficial do que Lula abordará em seu discurso. A expectativa é que o presidente brasileiro aproveite o evento para abordar temas caros para o meio ambiente e que serão alvo de intenso debate na COP30 como a transição energética, preservação ambiental e o financiamento de países ricos a ações contra as mudanças climáticas.
Além da questão ambiental, Lula deve abordar o avanço da guerra entre Ucrânia e Rússia e o avanço militar israelense na Faixa de Gaza. Na segunda-feira 22, o presidente participará da sessão da Confederação Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados.
Após a Assembleia Geral na terça-feira 23, o presidente brasileiro realizará um evento ao lado de António Guterres para incentivar a participação de países na COP30 e apresentar o Fundo Florestas Tropicais.
Já na quarta-feira 24, o presidente participa da segunda edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo. Além do Brasil, lideram a iniciativa os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez. O primeiro encontro sobre democracia ocorreu no Chile, em julho, quando foi publicada uma declaração conjunta entre os países.