
O presidente Lula (PT) determinou nesta quinta-feira 25 a abertura imediata de processo administrativo para responsabilização e expulsão de um servidor da Controladoria-Geral da União flagrado agredindo uma mulher e uma criança de quatro anos em Águas Claras, no Distrito Federal. Em manifestação nas redes sociais, o petista afirmou que o caso é inadmissível e exige uma resposta dura do poder público, por envolver um agente do Estado.
Segundo o presidente, servidores públicos devem ser exemplo de conduta dentro e fora do ambiente de trabalho. Lula afirmou que não haverá tolerância com agressores de mulheres e crianças, independentemente do cargo ou da posição que ocupem, e orientou o controlador-geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, a adotar todas as providências administrativas cabíveis.
A agressão ocorreu na noite de 7 de dezembro e foi registrada por câmeras de segurança do prédio onde a vítima mora. As imagens mostram o servidor, identificado como David Cosac Junior, de 49 anos, ao lado da ex-namorada e do filho dela enquanto aguardavam o elevador. Após uma breve conversa, o homem passa a desferir socos e tapas contra a mulher e a criança. A sequência de violência dura cerca de 20 segundos e só cessa quando ambos caem no chão. Mesmo após a queda, o agressor ainda atinge novamente a criança antes de ser contido.
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O caso foi denunciado por moradores do prédio e é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal. Em depoimento, segundo o boletim de ocorrência, o suspeito alegou que havia encerrado o relacionamento com a mulher e que houve um desentendimento. A polícia informou que não houve prisão em flagrante, e a investigação segue em andamento.
Em nota oficial, o ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, afirmou ter recebido com indignação as informações e imagens divulgadas. Classificou os fatos como gravíssimos e inaceitáveis e ressaltou que violência contra mulheres e crianças é crime, não podendo ser tratada como conflito privado ou questão pessoal. Segundo ele, trata-se de violação à lei e à dignidade humana.
Vinícius Carvalho informou que a CGU já determinou a abertura de apuração administrativa, com encaminhamento do caso à Corregedoria-Geral da União e à Comissão de Ética do órgão. Entre as medidas adotadas estão a revogação da designação do servidor para função de chefia e a proibição de seu ingresso nas dependências da Controladoria enquanto durarem as investigações, como forma de preservar o ambiente institucional e o andamento das apurações.
A manifestação do presidente ocorre em meio ao discurso do governo de reforço ao combate à violência contra a mulher. Um dia antes, em pronunciamento de Natal em cadeia nacional, Lula destacou o enfrentamento a esse tipo de violência como prioridade e defendeu o engajamento de toda a sociedade, especialmente dos homens, no combate às agressões.
