O presidente Lula (PT) disse, nesta quarta-feira 19, ter esperança de convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da seriedade da “questão climática e do desenvolvimento verde”. As declarações foram dadas em Belém, antes de o petista retornar a Brasília.
O otimismo, explicou Lula, decorre do sentimento de felicidade pelos resultados da COP30 na capital paraense. O presidente norte-americano optou por não comparecer à conferência e também não enviou representantes do seu governo.
“Estou tão feliz que eu sonho um dia em acabar com a guerra na Rússia e na Ucrânia, que já não existe mais razão dessa guerra continuar. Estou tão feliz que saio daqui para ir a Brasília certo de que os meus negociadores vão fazer o melhor resultado que uma COP já pôde oferecer ao planeta Terra”, completou o presidente.
Em seu pronunciamento à imprensa, o petista defendeu maior contribuição de países ricos e grandes corporações na transição energética global, propondo que parte da dívida dos países pobres seja transformada em investimento climático. Além disso, impacto da realização da COP na Amazônia e o fortalecimento da presença da sociedade civil nos debates.
Ele destacou a participação recorde de 3.500 indígenas, além de movimentos sociais, juventude, mulheres e empresariado. “Isso aqui fez uma COP melhor do que Copenhagen, Dubai, Paris, Londres, do que a COP de qualquer lugar. Aqui, o povo foi mais povo”, declarou Lula, em resposta aos que duvidaram da capacidade da capital paraense de sediar o evento.
Lula esteve em Belém nos primeiros dias da conferência e retornou à capital paraense nesta quarta-feira, com objetivo de contribuir nas negociações de temas em que o consenso entre países tem sido difícil – como o financiamento climático, a lacuna das metas apresentadas, medidas unilaterais de comércio e relatórios de transparência.
A presença de Lula na reta final da COP30 também buscou aparar as arestas em torno do mapa para o fim dos combustíveis fósseis, defendida nos discursos na Cúpula dos Líderes e na abertura do fórum. O petista passou o dia reunido com com representantes dos principais blocos de países – como União Europeia, Grupo Africano e Grupo Árabe – e com integrantes de movimentos da sociedade civil.