Ícone Notícias
Apuração em andamento

Este conteúdo é sobre um fato que ainda está sendo apurado pela redação. Logo teremos mais informações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu na noite desta terça-feira (14) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Indicado no ano passado para a função, Prates vinha manifestando publicamente divergências com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – a mais recente em relação à distribuição de dividendos extraordinários da empresa, pelo qual enfrentou semanas de “fritura”.

A substituta deve ser Magda Chambriard, que atuou como diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff. Prates se despediu da equipe nesta tarde com uma mensagem, segundo apuração da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo. No texto encaminhado aos colegas, Prates sugere que Silveira e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, influenciaram na decisão.

“Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco”, diz Prates. A decisão foi informada aos acionistas em um “fato relevante” divulgado pela empresa.

Prates também deve renunciar ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras.

Crise dos dividendos

O desgaste de Prates se intensificou com a decisão da companhia de não pagar de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas no início de março. A iniciativa fez com que a empresa perdesse R$ 55,3 bilhões em valor de mercado no dia 8 de março.

Prates era favorável à distribuição de 50% dos recursos, enquanto Rui Costa e Alexandre Silveira defendiam a retenção do montante para aumentar a capacidade de investimento da empresa. No episódio, Haddad ficou ao lado de Prates, defendendo o pagamento dos dividendos extras pela companhia, em um momento em busca da aprovação de medidas para elevar a arrecadação da União.

Mas a discordância entre Silveira e Prates é mais antiga e envolve outros temas, como preços dos combustíveis, a meta de produção de biodiesel e até a prática de reinjeção de gás natural extraído de poços petrolíferos.

Por outro lado, desde que assumiu a presidência da Petrobras, Prates tem colocado em prática alguns dos anseios de Lula para a empresa, como uma mudança na política de dividendos da estatal e o fim da política de preço de paridade de importação (PPI), com um modelo de reajustes menos frequentes no valor dos combustíveis das refinarias da empresa.

Em meio à crise, vários nomes foram cogitados para o lugar de Prates, incluindo os de Miriam Belchior, ex-ministra-chefe da Casa Civil; Ricardo Savini, fundador da 3R Petroleum; Bruno Moretti, atual secretário especial de Análise Governamental da Presidência da República e conselheiro da Petrobras; e Rodrigo Debeux, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda.

Antes do nome de Magda Chambriard ganhar força, o mais cotado para o cargo era o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

O impasse sobre os dividendos só acabou no último dia 25, quando a companhia aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários, o que corresponde a cerca de R$ 22 bilhões.

Repost

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *