Lula assina a nomeação de Galípolo para a presidência do Banco Central – Economia – CartaCapital

O presidente Lula (PT) assinou nesta segunda-feira 30 a nomeação de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Galípolo, atual diretor de Política Monetária, será o sucessor de Roberto Campos Neto e exercerá um mandato de quatro anos. Lula também assinou a nomeação de três novos diretores: Nilton David para a diretoria de Política Monetária, Gilneu Vivan para a diretoria de Regulação e Izabela Correa para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

O próximo chefe do BC integrou o governo de transição, no Grupo de Trabalho da Infraestrutura, e assumiu no início de 2023 a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, foi pesquisador-sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e presidente do Banco Fator de 2017 a 2021.

No currículo, ainda ostenta o posto de chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, em 2007, e o de diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento paulista, no ano seguinte.

Ao longo da campanha eleitoral de 2022, Galípolo foi uma peça-chave na estratégia do PT de reduzir a resistência a Lula no mercado financeiro. Em alguns eventos no período, foi visto como uma espécie de porta-voz da candidatura lulista.

Antes, foi sócio do economista e consultor editorial de CartaCapital Luiz Gonzaga Beluzzo, com quem escreveu três livros: Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo, de 2017; A escassez na abundância capitalista”, de 2019; e Dinheiro: o poder da abstração real, de 2021.

Na reunião do Comitê de Política Monetária de maio, Galípolo e outros três dirigentes indicados por Lula ao BC votaram por um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros. Prevaleceu, porém, uma corrente formada por quatro diretores e encabeçada por Campos Neto, em defesa de uma redução mais conservadora, de 0,25 ponto. Com isso, a Selic saiu de 10,75% para 10,5% ao ano.

Nos encontros seguintes, a dinâmica mudou e as decisões foram unânimes. Veja os resultados das últimas reuniões do Copom:

  • maio: de 10,75% para 10,50%;
  • junho: manutenção em 10,50%;
  • julho: manutenção em 10,50%;
  • setembro: de 10,50% para 10,75%;
  • novembro: de 10,75% para 11,25%;
  • dezembro: de 11,25% para 12,25%..

Desde o início de seu terceiro mandato, Lula profere críticas contundentes a Campos Neto e à atual condução da política monetária. Há dúvidas sobre qual será a postura do presidente a partir da posse de Galípolo, uma vez que se trata de um indicado de seu governo.

Em 20 de dezembro, o presidente publicou um vídeo em que faz elogios a Galípolo e garante que não haverá interferência na autoridade monetária.

“Você será o mais importante presidente do Banco Central que o Brasil já teve, porque será o presidente com mais autonomia”, disse Lula no vídeo, gravado em Brasília. Também estavam presentes os ministros Fernando Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

O petista afirmou que Galípolo é um “presente” para o Brasil e negou qualquer ingerência na instituição. “Jamais haverá da minha parte qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no BC.”

“Seguimos mais convictos que nunca de que a estabilidade econômica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de compra das famílias brasileiras”, prosseguiu Lula. “Tomaremos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e ficaremos atentos para novas medidas.”

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