O Ministério das Relações Exteriores criticou, na noite desta quarta-feira 1º, a ação de Israel contra a flotilha Global Sumud (“resiliência” em árabe), que que transportava ajuda humanitária para os palestinos em Gaza. Militares do país interceptaram as embarcações e impediram a conclusão da viagem.
Entre os membros da missão humanitária, estão dez brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Eles foram detidos quando se aproximavam do enclave palestino com água, comida e medicamentos. Os itens seriam entregues aos civis afetados pela guerra.
Para o governo brasileiro, a ação militar contra as embarcações viola direitos. “O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica”, diz o comunicado assinado pelo Itamaraty. “No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, sustenta a pasta.
O Itamaraty vinha sendo cobrado a agir para resgatar os brasileiros que participaram da ação. Um dos pedidos de ação imediata da pasta partiu do deputado Lindbergh Farias, líder da bancada do PT na Câmara. O parlamentar cobrou que o governo agisse para garantir a integridade física e proteção jurídica ao grupo. A pasta, em nota, informou já estar atuando no caso.
“A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.”
O governo brasileiro, por fim, cobrou que um corredor humanitário seja aberto para a entrega dos itens de ajuda aos palestinos. Esse era um dos objetivos da flotilha. “[O Brasil] Reitera, nesse contexto, exortação pelo levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em consonância com as obrigações de Israel, como potência ocupante, à luz do direito internacional humanitário.”
Deportação
Israel anunciou nesta quinta-feira 2 que deportará para a Europa os ativistas detidos na flotilha. A missão conta com quase 45 embarcações com centenas de pessoas de 45 países diferentes. Pelo menos 30 barcos da flotilha foram interceptados na ação militar israelense.