Uma investigação do Ministério Público Militar (MPM) concluiu que um soldado morto em um quartel da cidade do Rio de Janeiro foi vítima de um disparo feito por outro militar, em caso que o Exército divulgou como suicídio.
Wenderson Nunes Otávio, de 19 anos, morreu em 15 de janeiro, com um tiro na cabeça, e o resultado da investigação foi divulgado neste domingo 29 pelo programa Fantástico, da TV Globo.
O MPM indicou que o disparo foi feito pelo hoje ex-soldado Jonas Gomes Figueira. Outro militar, o sargento Alessandro dos Reis Monteiro, foi indiciado por não ter vetado o acesso da arma no alojamento onde Otávio foi morto.
Em entrevista ao Fantástico, a mãe de Otávio, Cristiana Nunes, disse que conhece Figueira, e que o jovem era amigo do filho. Ela acredita que o disparo tenha sido acidental. “Eu sei que foi um acidente, só que eu gostaria que ele me falasse. Eu acho que ele queria falar. Mas ele foi proibido”, afirmou.
Em depoimentos ao programa televisivo, militares relataram que o comandante do batalhão reuniu os integrantes após a morte e determinou que a versão oficial seria de suicídio, vetando, ainda, contato com os familiares da vítima. Alguns militares, porém, procuraram a família para contar a versão.
Segundo os depoimentos, Figueira costumava brincar com armas no quartel. Em outro episódio, chegou a encostar um revólver na cabeça de outro colega. No dia da morte de Otávio, ele teria disparado uma pistola 9mm que achava estar descarregada.
A defesa de Figueira, em nota ao Fantástico, afirmou que não há justa causa para a ação e que o militar é inocente. O Centro de Comunicação do Exército, por sua vez, disse que as ações do quartel no caso “foram pautadas pelo estrito cumprimento das normas e em rigorosa observância das atribuições relativas ao cargo do comandante”, e que todas as providências seguiram os ritos legais.