Inteligência artificial faz prevenção à inadimplência avançar no Brasil

A inadimplência no Brasil atinge 41,23% da população adulta, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Ao todo, 68,11 milhões de pessoas têm dívidas em atraso. A média por devedor chega a R$ 4.846,15, conforme dados do Serasa.

Esse cenário pressiona empresas que dependem da concessão de crédito, em especial no e-commerce, onde decisões muitas vezes ainda se baseiam em análises fixas e retrospectivas.

Diante desse desafio, a inteligência artificial generativa tem sido utilizada como ferramenta para reduzir riscos.

A tecnologia permite compreender a trajetória financeira de consumidores em tempo real, identificar sinais de instabilidade e sugerir ações personalizadas antes que um atraso se torne uma dívida em aberto.

Desse modo, o foco deixa de ser reativo e passa a ser preventivo.

Modelos dinâmicos ganham espaço no e-commerce

Em vez de depender apenas do histórico de pagamentos, empresas adotam algoritmos que constroem perfis comportamentais atualizados constantemente.

Com isso, torna-se possível antecipar dificuldades, simular cenários e tomar medidas como renegociação ou ajustes nos limites de crédito.

Para Bruno Nunes, CEO da Base39 e especialista em tecnologia, o uso da IA deve estar alinhado a práticas responsáveis.

“É essencial que as companhias mantenham um compromisso com a transparência e o bem-estar social, assegurando que o uso da tecnologia seja sempre orientado para o interesse e a confiança dos clientes”, afirma.

Mais precisão e inclusão nas decisões

Com modelos mais flexíveis, empresas conseguem incluir consumidores que seriam rejeitados em filtros tradicionais.

Além disso, a análise em tempo real melhora a precisão das decisões, o que reduz prejuízos e aumenta a eficiência das operações.

Ao identificar riscos com antecedência, é possível evitar ações de cobrança tardias e manter o relacionamento com o cliente.

No comércio eletrônico, essa mudança na forma de avaliar crédito tende a tornar o processo mais justo.

O histórico permanece relevante, mas deixa de ser o único fator na análise.

Assim, consumidores com bom potencial de pagamento, mesmo com pequenas inconsistências passadas, podem ser considerados.

Prevenção como diferencial em um cenário adverso

Com quase metade da população adulta em situação de inadimplência, a capacidade de agir antes que a dívida aconteça se torna estratégica.

Empresas que investem em soluções preditivas conseguem proteger suas margens, manter a carteira ativa e crescer de forma mais segura.

Por fim, a adoção de inteligência artificial na gestão de crédito sinaliza uma mudança no papel da tecnologia.

Menos voltada à automação de processos, ela passa a ser aplicada à tomada de decisão.

Nesse contexto, prevenção e relacionamento passam a andar juntos.

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