Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O mudou de sinal e cedia nesta sexta-feira, pressionado particularmente pela Petrobras, enquanto dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos endossaram o cenário de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, mas também levantaram receios sobre a desaceleração daquela economia.
Por volta de 11h05, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,35%, 126.948,91 pontos. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
“Por ora, como o Ibovespa ainda não superou a região de 127.800 pontos para ganhar tração para subir, o momento é de aguardar os próximos desdobramentos e correr riscos calculados”, afirmaram analistas do Itaú BBA no relatório de análise técnica Diário do Grafista enviado a cliente mais cedo.
Nos EUA, a economia abriu 114 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, menos do que os 179 mil em junho (dado revisado para baixo) e abaixo das previsões de analistas de 175 mil postos. De acordo com o Departamento do Trabalho, a taxa de desemprego aumentou de 4,1% para 4,3%.
Em Nova York, o caía mais de 2%, enquanto o perdia cerca de 3%, pressionados também pelos resultados e sinalizações de Amazon (NASDAQ:) e Intel (NASDAQ:). O recuava a 3,8242%, de 3,978% na véspera.
A equipe da corretora Commcor também destacou que os números recentes dos balanços das empresas de tecnologia e um dado de atividade econômica divulgado na véspera aumentaram a cautela dos investidores para uma possível desaceleração mais forte da economia dos Estados Unidos.
“Mesmo com o Jerome Powell, presidente do Fed, deixando claro na quarta-feira que a discussão sobre um corte deve estar na mesa na próxima reunião, o mercado começa a avaliar se o momento da queda dos juros ocorrerá muito tarde”, acrescentou em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.
DESTAQUES
– PETROBRAS PN (BVMF:) caía 2,23%, contaminada pelo forte recuo dos preços do no exterior, onde o barril de cedia 2,72%,a 77,36 dólares. PETROBRAS ON (BVMF:) perdia 1,93%, com outras petrolíferas acompanhando o movimento. 3R ON (BVMF:) era negociada em baixa de 2,35% e PRIO ON (BVMF:) mostrava queda de 2,08%. PETRORECONCAVO ON era exceção, com alta de 0,25%.
– WEG ON (BVMF:) cedia 2,76%, em sessão de ajustes após renovar máximas históricas na véspera, repercutindo declarações de executivos sinalizando manutenção de margens elevadas no curto prazo, depois de apresentar um resultado acima das previsões para o segundo trimestre na quarta-feira. A queda ocorre após o papel acumular um salto de mais de 15% nos últimos dois pregões.
– EZTEC (BVMF:) ON disparava 8,74%, favorecida pelo alívio na curva de juros, enquanto agentes também avaliavam positivamente o balanço da construtora divulgado na noite da véspera, com alta de 17,7% no lucro líquido do segundo trimestre. Entre os papéis do segmento listados no Ibovespa, CYRELA ON (BVMF:) subia 3,62% e MRV&CO ON (BVMF:) ganhava 3,19%. O índice do setor imobiliário avançava 2%.
– MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:) valorizava-se 4,81%, também beneficiada pela queda nas taxas dos DIs , que apoiavam o avanço de outros papéis sensíveis à economia doméstica, entre eles LOJAS RENNER ON (BVMF:), que subia 3,31%, e NATURA&CO ON, que avançava 2,86%. O índice do setor de consumo tinha elevação de 0,75%.
– VALE ON (BVMF:) registrava variação negativa de 0,35%, em meio a movimento divergente dos futuros do na Ásia, onde o contrato mais negociado em Dalian, na China, fechou em alta de 2,16%, enquanto o vencimento de referência em Cingapura abandonou o sinal positivo e cedia 0,13%.
– BRADESCO PN (BVMF:) avançava 0,45%, tendo no radar a divulgação do resultado do segundo trimestre na segunda-feira antes da abertura do mercado, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:), que também reportam seus números na próxima semana, caíam 0,15% e 0,3%. SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:), que já mostrou seus números, perdia 0,96%. BTG PACTUAL (BVMF:) UNIT subia 2,59%.