O ministro Fernando Haddad (PT) afirmou neste sábado (27) que o Ministério da Fazenda está analisando a quantidade de pedidos de recuperação judicial de determinados setores da economia. O ministro afirmou que há uma avaliação sobre possível “abuso” no uso do instrumento.
“Tem um ‘abusozinho’ no uso da recuperação judicial em alguns setores, que a gente tá analisando com mais calma, que nunca teve esse tipo de coisa”, disse Haddad ao ser questionado sobre o aumento de pedidos de recuperação judicial no podcast “3 Irmãos”.
🔎 Recuperação judicial é um mecanismo que permite a empresas em dificuldades financeiras reorganizarem suas dívidas e operações para evitar a falência. Durante esse processo, a empresa ganha um prazo para suspender cobranças e renegociar compromissos, mantendo suas atividades enquanto busca se tornar viável novamente.
Haddad afirmou que o aumento também pode ser reflexo da alta taxa de juros, que aumenta o custo de capital. Em 17 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano.
“Tem a questão da taxa de juros que atrapalha muito, né? Você rolar tua dívida junto aos bancos e tal [fica mais caro]”, afirmou o ministro.
Fernando Haddad durante coletiva
Jorge Silva/Reuters
O ministro evitou apontar quais seriam os setores sob análise e reforçou que ainda não há uma conclusão definitiva.
“Nós estamos estudando que em alguns casos isso está chamando a atenção. Mas nós estamos estudando”, afirmou.
“Tem um ou dois setores da economia que tá inspirando um cuidado maior, mas eu não vou fazer uma afirmação de que tá, porque eu ainda tô analisando essa situação”, complementou Haddad.
Apesar da sinalização de possível uso abusivo da recuperação judicial, Haddad não comentou se o governo tomará medidas concretas para lidar com o possível problema.
A recuperação judicial é um instrumento previsto em lei e visa permitir que empresas em dificuldades financeiras possam se reorganizar e evitar a falência.

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