Governo se surpreende com Mendonça Filho à frente da PEC da Segurança Pública e espera jogo duro

Com a escolha de Mendonça Filho (União-PE) como relator da PEC da Segurança Pública na Câmara, não demorou para surgirem reclamações de governistas na Casa. A principal queixa é que o perfil do deputado é de oposição, enquanto o projeto é de grande interesse do Palácio do Planalto.

A PEC da Segurança foi entregue em 23 de abril pelo presidente Lula (PT) ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, havia a expectativa da escolha de um deputado governista para a relatoria.

Motta afirmou que enviaria o texto diretamente à Comissão de Constituição e Justiça e que demandaria do presidente do colegiado, Paulo Azi (União Brasil-BA), prioridade total para a proposta.

Azi escolheu um deputado da própria bancada, mas que não faz parte da ala governista do União Brasil. Segundo o Radar do Congresso, do site Congresso em Foco, Mendonça Filho tem apenas 45% de governismo, considerando seus votos em pautas nas quais o governo fechou questão na Câmara dos Deputados.

Mendonça Filho integra a tropa de choque da direita da bancada de segurança pública e é visto como alinhado a temas do bolsonarismo. Ele assinou o projeto de lei que visa a anistiar os golpistas de 8 de Janeiro.

Agora, o governo espera jogo duro do deputado na tramitação da PEC. Há o temor de que ele absorva a estratégia de deputados do PL de “mudar o texto de ponta a ponta”, conforme a ex-presidente da CCJ Caroline de Toni (PL-SC) adiantou.

Caso receba o aval da comissão, a PEC da Segurança Pública seguirá para um colegiado especial e depois terá de ser votada em dois turnos no plenário antes de chegar ao Senado.

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