O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou nesta terça (21) que o governo definirá até à tarde as medidas de compensação de arrecadação para o Orçamento de 2026 após a derrota da MP da Taxação, há duas semanas, considerada crucial para fechar as contas. A definição ocorre um dia depois de uma reunião de Haddad com líderes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para buscar alternativas ao aumento de impostos derrubado pela Câmara.
A derrubada da proposta alternativa ao aumento do IOF fez o governo deixar de arrecadar em torno de R$ 20 bilhões, incluindo outras medidas de contenção de gastos.
“A Casa Civil e a Fazenda estão reunidas hoje para processarmos aquilo que foi discutido com os líderes e, até o começo da tarde, vamos ter uma definição do que fazer. Em relação a tudo (à MP da Taxação). Essas leis todas têm que estar harmonizadas, quanto vai ser de receita e quanto vai ser de despesa, a LDO e o orçamento”, disse a jornalistas mais cedo ao chegar no ministério.
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Haddad ainda sinalizou que o governo não quer ter problemas de contenção de gastos em 2026, principalmente por ser um ano eleitoral em que Lula tem deixado cada vez mais claro que pretende concorrer à reeleição.
“No fundo, é uma coisa só. Essas coisas precisam dialogar uma com a outra, porquê, senão, você vai ter problema de execução orçamentária. E tudo o que nós não queremos é chegar no ano que vem com um problema de emenda, de interrupção de obra”, pontuou o ministro.
Mesmo com o presidente Lula embarcando para a Indonésia no final da manhã, Haddad garantiu que não há necessidade da presença do petista para o anúncio das medidas. A Fazenda deve apresentar as diretrizes ainda nesta semana, antes da retomada da análise do Orçamento no Congresso.
Diante desse cenário, o governo pediu à Comissão Mista de Orçamento (CMO) que adiasse, mais uma vez, a votação do relatório final da LDO de 2026, prevista inicialmente para esta terça-feira (21). O presidente da comissão, Efraim Filho (União-PB), confirmou o adiamento após solicitação do Planalto, devido a incertezas sobre aumento de impostos e corte de gastos.
Na semana passada, Haddad já havia se reunido com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), para tentar resgatar partes da MP derrotada e recompor a base de arrecadação.