Amannhã, 7 de setembro, Fortaleza será palco de uma das maiores manifestações populares do país: o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas, que pretende reunir cerca de cinco mil pessoas. Com o tema “Vida em primeiro lugar” e o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, o ato acontece em diversas cidades do país e reafirma a luta por justiça socioambiental, direitos humanos e participação popular.
A concentração será na Praça da Paz Dom Hélder Câmara, no bairro Vicente Pinzon, de onde os participantes seguirão em caminhada até a Comunidade Raízes da Praia, local simbólico escolhido por ser área destinada à instalação da usina de dessalinização da Praia do Futuro, empreendimento que, segundo os organizadores, ameaça famílias e o meio ambiente.
Inspirado pela Campanha da Fraternidade, o Grito denuncia impactos socioambientais e chama atenção para a necessidade de políticas públicas que respeitem os territórios e seus povos. O ato também reforça a defesa da soberania nacional e da democracia, alertando para riscos de desestabilização institucional e lembrando episódios como o 8 de janeiro de 2023.
Durante o ato, os movimentos que realizam o Plebiscito Popular também convocam a sociedade para debater a isenção fiscal para quem recebe até R$ 5 mil mensais, taxação de grandes fortunas acima de R$ 1,2 milhão por ano e a redução da jornada de trabalho e fim da escala 6×1.
Para Thalita Vaz, militante do Levante Popular da Juventude, é preciso lembrar aquelas e aqueles que foram excluídos da independência do Brasil. para demarcar sempre que, nessa data em que a gente comemora a independência do Brasil. “São jovens, negros, negras, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, formais ou informais, que foram excluídos no processo de independência, de avanço do nosso sentimento de um quanto nação. Então, o Grito é para a gente lembrar que o Brasil também é um país que ainda tem muitas dívidas sociais para poder cumpri-las.”
O Grito dos Excluídos e Excluídas é fruto de seis plenárias de construção coletiva e ecumênica, reunindo pastorais sociais, comunidades eclesiais de base, movimentos populares, sindicatos e diversas organizações sociais. Mais que uma manifestação, o evento se apresenta como processo de mobilização contínua em torno do sonho do ‘Brasil que queremos’.