Uma operação realizada na segunda-feira (10), contra o narcotráfico em Salvador, abalou as estruturas da cena medicinal da cannabis na Bahia. Vitor Lobo, figura conhecida por defender o uso medicinal da maconha e presidente da AATAMED (Associação de Apoio ao Tratamento com Canabinoides), foi preso sob a suspeita de desviar maconha líquida para a produção de cigarros eletrônicos, os famosos “vapes”.
Lobo, que já integrou a comissão responsável por regulamentar a distribuição de cannabis medicinal pelo SUS em Salvador, agora é acusado de usar a AATAMED como fachada para atividades criminosas. A investigação aponta que a substância, destinada a tratamentos medicinais, inclusive para crianças com microcefalia, estaria sendo comercializada para uso recreativo em cigarros eletrônicos.
A operação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão em diversos bairros de Salvador, e outro suspeito ligado à organização foi preso em São Paulo. A polícia apreendeu maconha líquida, cigarros eletrônicos e outros materiais ilícitos, que serão periciados.
A vida de luxo de Vitor Lobo também chamou a atenção. Com quase 5 mil seguidores em seu perfil privado nas redes sociais, ele exibe fotos de viagens para destinos como Egito e Estados Unidos, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos.
O caso segue em investigação, e os suspeitos presos estão à disposição da Justiça. A polícia busca identificar outros envolvidos no esquema.