O Ministério da Fazenda revisou levemente para cima a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. A expectativa, agora, é de uma alta de 2,5% – contra 2,4% da previsão anterior. A nova estimativa foi apresentada na edição desta sexta-feira 11 do Boletim Macrofiscal, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Enquanto isso, as projeções inflacionárias recuaram. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzida de 5% para 4,9% para 2025. Já a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 4,9% para 4,7%.
O documento diz que a melhoria nas projeções do PIB se deve à solidez do mercado de trabalho e ao desempenho da agropecuária. Culturas como milho, café, algodão e arroz têm mostrado expansão significativa na produção, contribuindo para o otimismo.
Alguns fatores podem fazer com que a subida dos preços seja contida. A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar americano, combinada com a queda nos custos de alimentos e produtos industriais, criou, segundo a pasta, um ambiente mais favorável.
‘Tarifaço’ no radar
Apesar do cenário doméstico favorável, o boletim reconhece que o horizonte pode ser arriscado. As novas estimativas foram calculadas sem considerar os possíveis efeitos das sobretaxas de 50% anunciadas por Donald Trump para produtos brasileiros. Entretanto, o texto divulgado pela SPE afirma que o Ministério da Fazenda acredita que os efeitos tendem a ser setoriais, com mais foco nas indústrias exportadoras.
O documento oficial da SPE traça um panorama detalhado da relação comercial entre os países. As exportações brasileiras representam cerca de 18% do PIB nacional, sendo que aproximadamente 12% do montante exportado tem como destino os Estados Unidos.
“Produtos básicos respondem por maior parcela dos itens exportados ao país, com destaque para óleos brutos de petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja e carne bovina. Alguns itens manufaturados também têm participação relevante na pauta de exportação brasileira para os EUA, como aeronaves e máquinas para o setor de energia. Produtos básicos tendem a ser redirecionados com mais facilidade a outros países e regiões que bens manufaturados.”, diz o documento.